17 out, 2018
Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires são unânimes em considerar que um dos fatores que contribui para o nível elevado de pobreza é a falta de um sentido de comunidade.
“O colapso da comunidade é total e absoluto e as pessoas sentem-se sozinhas”, refere Henrique Raposo, que deixa um alerta: “sem comunidade, sem bairro as pessoas vão olhar para os ‘ismos’: os fascismos, os comunismos, os populismos”.
“Porque é nesses ‘ismos’ abstratos e vagos e distantes que vão encontrar um sentimento de pertença e de retribuição que não têm a nível local, tal como no ‘facebookismo’”, completa.
Sobre o Orçamento do Estado para 2019, cuja proposta foi entregue na Assembleia da República na segunda-feira à noite, Francisco Lucas Pires destaca a “espécie de milagre tático” conseguido com compromissos à esquerda, “mas também de um compromisso à direita e é preciso dizer isso”.
Já Henrique Raposo prefere sublinhar a carga fiscal a que os portugueses estão sujeitos.
“Há uma coisa que me irrita que é o ‘milagre Centeno’. Também não houve ‘milagre Passos’. O milagre fomos nós, portugueses, a pagar uma carga fiscal altíssima. E este orçamento não resolve isso. A carga fiscal que herdámos do tempo da troika continua ou aumentou”, critica, desejando que houvesse “um milagre fiscal”.