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Jornalista búlgara assassinada tinha exposto esquema de corrupção

08 out, 2018


Viktoria Marinova foi violada e morta num parque público na vila onde vivia. As autoridades prometem uma investigação rápida, mas há suspeitas de que o assassinato tenha sido encomendado. Marinova é a terceira jornalista a ser assassinada na União Europeia no espaço de um ano.

Uma jornalista búlgara foi encontrada morta no passado sábado. As autoridades dizem que foi violada, agredida e depois sufocada.

Viktoria Marinova era pivô de um programa televisivo que está a investigar um alegado esquema de corrupção envolvendo fundos da União Europeia. Na edição do passado dia 30 de setembro, Marinova entrevistou dois jornalistas que fizeram revelações sobre este esquema e prometeu que continuaria a investigar a questão.

O seu assassinato está, por isso, a ser encarado por muitos búlgaros como um ato de vingança por parte de grupos criminosos, mas o Governo diz que é cedo para chegar a essas conclusões e promete uma investigação rigorosa.

“Isto foi sobre violação e homicídio”, disse o ministro dos Assuntos Internos, Mladen Marinov, indicando que não há qualquer prova de que o assassinato tenha a ver com o trabalho de Marinova, nem existe indicação de que tenha recebido ameaças.

O primeiro-ministro Boyko Borissov disse aos jornalistas que está convencido que será uma questão de tempo até que o crime seja resolvido. “Os melhores criminologistas foram enviados para Ruse, não os vamos pressionar”, afirmou, dizendo ainda que foram recolhidas muitas amostras de ADN no local.

Mas o assassinato de uma jornalista envolvida em investigações sobre corrupção também despertou o interesse, e a preocupação, de pessoas e instituições fora da Bulgária, com o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmerman, a revelar-se chocado “pelo horrendo assassinato de Victoria Marinova. Mais uma vez, uma corajosa jornalista cai na luta pela verdade e contra a corrupção. Os responsáveis devem ser conduzidos imediatamente à justiça pelas autoridades búlgaras”, numa mensagem no Twitter.

O Partido Europeu os Verdes também manifestou a sua preocupação, dizendo que as autoridades devem agora demonstrar que “levam a sério a proteção de jornalistas, que são a pedra ângular de uma democracia funcional”.

Várias vigílias populares estão planeadas para diferentes cidades na Bulgária.

Marinova é a terceira jornalista a ser assassinada na União Europeia só nos últimos 12 meses. Daphne Caruana Galizia, uma jornalista de investigação em Malta, foi vítima de uma bomba colocada no seu carro, no ano passado, e o jornalista eslovaco Jan Kuciak foi morto a tiro em Fevereiro.

Comentários
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  • Peixoto
    08 out, 2018 Penalva 21:28
    A Bulgária pertence à UE?? Aceitam qualquer bosta. A continuar assim será para breve o FIM. Deixem sair o UK que logo vereis!