15 jun, 2018
O preço dos combustíveis desceu duas vezes nos últimos quinze dias. O sobe e desce da gasolina e do gasóleo depende da evolução do mercado de refinados. Mas, sem existir um paralelismo total, esse mercado tende a acompanhar a evolução do preço do “crude”.
Ora o Brent está acima dos 75 dólares o barril, depois de ter ultrapassado os 80 – um pequeno recuo. Mas houve quem previsse uma subida do “crude” para cerca de 100 dólares nos próximos tempos, o que seria muito penalizador para a economia mundial e, em particular, para a economia portuguesa.
A recente subida do preço do petróleo bruto tem a ver com vários fatores: a quebra de produção na Venezuela, a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irão (o que trava a exportação de petróleo iraniano), o sucesso dos cortes na produção da OPEP e da Rússia, etc.
Mas existem sinais de que a subida não irá continuar e o preço do “crude” poderá recuar. É o caso, nomeadamente, do entendimento entre a Arábia Saudita e a Rússia quanto a um aumento da produção e dos avanços tecnológicos na extração petrolífera, que a tornam rendível a partir de preços relativamente baixos – 50 dólares, por exemplo, sobretudo nos EUA (petróleo de xisto).
E começa a pesar uma circunstância que induz a produzir o mais que se pode, o que naturalmente tende a baixar os preços. A própria OPEP prevê que a oferta de petróleo no mercado mundial irá subir mais do que a procura. É que, sabendo que a era do petróleo irá acabar mais tarde ou mais cedo, quem possui reservas quer tirar delas o rendimento máximo, antes que a descarbonização se generalize. A Arábia Saudita, por exemplo, já se esforça por dinamizar atividades económicas que reduzam a sua dependência das receitas petrolíferas.