23 abr, 2018
Muitos lembram-se de certeza do famoso Excel de Vítor Gaspar. O antigo ministro das Finanças – como todos os ministros das Finanças – baseava as suas previsões em modelos macroeconómicos utilizados em poderosos programas informáticos.
Em 2012, Vítor Gaspar reconhecia que podiam falhar. A verdade é que os modelos macroeconómicos utilizados pelos economistas são bem mais complexos do que poderiam indicar as referências ao tradicional Excel que temos no computador do trabalho ou em casa.
Hoje, vamos falar de Modelos de Equilibrio Geral Dinâmico e Estocástico. São dinâmicos, porque estudam como a economia evolui ao longo do tempo; e estocásticos, porque têm em linha de conta eventuais choques, como alterações tecnológicas ou de preços e de equilíbrio, referindo-se à teoria geral do equilíbrio que tenta explicar o comportamento da oferta, da procura e dos preços.
Depois é misturar isto tudo, colocar dentro de um programa informático e ver no que dá.
Joana Andrade Vicente é economista do Instituto de Políticas Públicas do ISEG e explica que nem sempre se consegue, por exemplo, validar ou rebater as previsões dos governos, porque não têm acesso aos modelos e variáveis que utilizam.
Este tipo de modelos foi alvo de muitas críticas, mesmo entre a comunidade académica, depois da crise financeira de 2007/2008. É que nenhum conseguiu prever a crise que estava para vir.
Depois da crise, muitas escolas estão a introduzir novas variáveis e a considerar por exemplo as teorias da economia comportamental.
Para críticas e sugestões pode enviar um email para paulo.pinto@rr.pt.