Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos, foi o convidado do Manhã Manhã deste sábado com Carla Rocha. A saúde mental dos portugueses foi o tema da conversa.
São jovens e querem viver depressa, resultados imediatos. Porquê? Porque YOLO: "só se vive uma vez". Mas há três obstáculos: ansiedade, stress e precariedade. Acabaram enleados numa pandemia que os fez “reclusos” por algum tempo e assistem agora a um conflito na Europa que, não sendo deles, lhe tomam as dores.
Por tudo isso, são cada vez mais os jovens a procurar apoio psicológico – para gerir os traumas dos últimos dois anos. A Ordem dos Psicólogos alerta que “a tendência se tem vindo a agravar", mas o SNS continua sem dar respostas.
Quando ouve falar em saúde mental afasta-se? E se lhe disser que a ansiedade é uma perturbação mental, e das mais frequentes em Portugal? Há tabus a quebrar.
Se, na maioria dos casos, a preocupação e a ansiedade têm soluções simples, sabemos também que podem conduzir a situações complexas. No limite, colapso físico e mental, mas também doenças como asma, problemas cardíacos e hipertensão. Mas este é um caminho que se pode evitar.
Universidades e politécnicos portugueses participam em estudo sobre o impacto da quarentena e isolamento na saúde mental. Dados revelam que as mulheres e os jovens são os mais afetados.
O novo coronavírus entra-nos primeiro no corpo, e pode ter uma estadia mais ou menos gravosa. Mas para muitos doentes, até recuperados, aloja-se na mente por muito mais tempo. Nas consultas de acompanhamento de pessoas já curadas da Covid-19, começam a aparecer cada vez mais queixas de sequelas psicológicas: a par das perturbações do sono, há pessoas a enfrentar episódios de stress pós-traumático e estados de ansiedade crescente, que em alguns casos acabam em depressões.