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Festival de Música dos Capuchos volta após 20 anos com Kovacevich, Hopkinson Smith e Alfred Brendel

11 jun, 2021 - 11:25 • Lusa

Programação, que se estenderá até 3 de julho, promete atravessar cinco séculos de história da música.

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O Festival de Música dos Capuchos, no concelho de Almada, sob a direção artística do pianista Filipe Pinto-Ribeiro, abre esta sexta-feira, 20 anos após a última edição, com um concerto de Viviane Hagner e Adrian Brendel, com o Officium Ensemble.

A programação, que se estenderá até 3 de julho, prevê atuações de músicos como o pianista Stephen Kovacevich, o alaudista Hopkinson Smith, o flautista Nuno Inácio e o clarinetista Telmo Costa, assim como de agrupamentos portugueses e estrangeiros, com o objetivo de atravessar cinco séculos de história da música, tantos como os de vida do convento, que também acolherá a interpretação de "O Cântico do Sol", da compositora russa Sofia Gubaidulina.

O pianista Alfred Brendel, que se retirou das salas de concerto em 2008, depois de uma carreira de 60 anos que o colocou entre os grandes intérpretes mundiais, reaparece no festival para uma conferência, a realizar no sábado, sobre o seu percurso na música, e para um recital da sua obra poética, acompanhado por seu filho Adrian Brendel, no domingo.

O Festival foi fundado por José Adelino Tacanho, em 1981, que morreu em setembro de 2004, e que assumiu a direção artística até 2001, altura em que realizou a derradeira edição.

O "novo" Festival tem como conceito "Cinco Séculos de História e Cinco Séculos de Música", refletindo os 500 anos de história do Convento dos Capuchos, mandado erigir em 1558 por Lourenço Pires de Távora, numa colina sobranceira à Costa de Caparica.

"A ideia é abordar a história da música, desde a construção do Convento, em meados do século XVI até aos nossos dias. Cinco extraordinários séculos de criação e interpretação musicais, desde o Renascimento até à música contemporânea", disse agência Lusas o diretor artístico.

Filipe Pinto-Ribeiro sublinhou que o festival, sob a direção de Tacanho, foi "uma referência de qualidade", dentro e fora de portas, "a partir das 21 edições anteriores, nas décadas de 1980 e 1990". É dessa referência que o pianista agora parte para um "renascimento" que considera "uma iniciativa louvável da Câmara de Almada, em contraciclo com as grandes dificuldades por que passa o país e, especialmente, o setor cultural".

O concerto, hoje, às 21:00, intitula-se "Vozes Divinas: Bach e Polifonia Renascentista Portuguesa", tem como solistas a violinista Viviane Hagner e o violoncelista Adrian Brendel, e o Officium Ensemble, sob a direção do maestro Pedro Teixeira.

O Festival, explicou à Lusa Pinto-Ribeiro, assume cinco "eixos programáticos".

Os primeiros assentam em "sustentabilidade, ambiente e cultura", "em conformidade com a espiritualidade "ambiental" franciscana [ordem religiosa que o ocupou], refletida no próprio Convento e considerando a urgência da mensagem ecológica".

Outro eixo é o "repertório musical dos séculos XVI a XVIII: Renascimento, Barroco, Classicismo, correspondendo ao período "ativo" do Convento, desde a construção ao declínio, com a queda da Casa dos Távoras e a extinção das ordens religiosas" em 1834.

O "Repertório musical dos séculos XIX a XXI: do Romantismo à música contemporânea" constitui outro eixo, a que se junta um quarto, com os "cruzamentos disciplinares da música com outras artes, como a literatura, a dança, a pintura, a escultura, o cinema e fotografia".

Finalmente, "outras linguagens musicais, como o jazz e músicas do mundo" sustentam o quinto eixo do festival.

Pinto-Ribeiro disse que o jazz marcará presença com um concerto da cantora portuguesa Sofia Ribeiro, com o seu quarteto. Radicada fora de Portugal há vários anos, Sofia Ribeiro "tem sido premiada em diversas ocasiões", assinalou o responsável.

A programação do Festival está disponível aqui.

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