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Partilha de dados pela CML

"A senhora “ativista” pode voltar tranquilamente para casa", responde embaixada russa

10 jun, 2021 - 15:50 • Joana Gonçalves

A embaixada da Rússia em Portugal desvaloriza o sucedido e defende que a "excitação em causa, está sem dúvida alimentada pelo desejo dos tais ativistas de atrair atenção mediática".

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A embaixada da Rússia em Portugal reagiu, esta quinta-feira, à polémica partilha de dados pessoais de três ativistas russos pela câmara municipal de Lisboa,

Numa publicação na rede social Facebook, a embaixada escreve que a "excitação em causa, está sem dúvida alimentada pelo desejo dos tais ativistas de atrair atenção mediática a si próprios através da politização generalizada e provocações deploráveis".

"Não interessam nem à Embaixada em Lisboa, nem a Moscovo os tais indivíduos com imaginação malsã. Temos outras prioridades que constituem o trabalho construtivo em prol do desenvolvimento da cooperação russo-portuguesa", lê-se no mesmo comunicado. "Assim, a senhora “ativista” pode voltar tranquilamente para casa", acrescenta.

Em causa está a partilha de dados pessoais de três participantes numa manifestação em solidariedade com o opositor russo Alexey Navalny à embaixada russa de Lisboa e ao Governo russo.

A embaixada diz ainda conhecer "bem a abordagem muito rigorosa das autoridades portuguesas ao processamento dos dados pessoais".

Fernando Medina já lamentou o sucedido e expressou, esta quinta-feira, "um pedido de desculpa público aos promotores da manifestação".

"É uma situação que não devia ter acontecido por várias razões, a principal das quais é que Lisboa tem orgulho em ser um espaço de liberdade, de segurança, de expressão e de valorização dos direitos humanos, do direito à manifestação que tanto nos custou conquistar e que tanto prezamos", explicou o autarca, em declarações ao jornalistas.

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  • Jose Valente
    10 jun, 2021 Amadora 16:31
    Se lermos, virmos e ouvirmos com atenção as notícias, é evidente que a Câmara Municipal de Lisboa, relativamente a quaisquer manifestações à porta de embaixadas, cumpria, até hoje os mesmos procedimentos, incluindo, facultar a identificação dos organizadores, à respetiva missão diplomática. Então, que fazer agora ? Classificar os países com representação diplomática em Lisboa, como "ditaduras" ou "democracias" e, estabelecer regras específicas para autorizar manifestações ? No caso das "ditaduras", nenhum manifestante teria de se identificar, ou seria mantido o anonimato, mesmo perante a comunicação social portuguesa, pois os agentes secretos das "ditaduras" também leem os nossos jornais, e até podem estar infiltrados nas câmaras municipais ? Por outro lado, no caso presente, as / os "ativistas / artistas" em causa - tudo gente, supostamente, com sete cursos, sete línguas e sete ofícios - só agora, quatro meses depois, foram "ver melhor" os e-mails ... de Janeiro ?! As / os "ativistas / artistas" em causa, têm páginas e contas nas 'redes sociais' e em tudo quanto é sítio, inclusive no 'facebook' onde, desde há vários anos, qualquer um pode conhecer os nomes, as fotos, os eventos e uma série de dados que permitem chegar até eles. Não é preciso ser agente do FSB nem funcionário da embaixada ! Porquê, de repente, todo este "espetáculo" em Lisboa ? Sou obrigado a desconfiar que as / os tais "ativistas / artistas", apenas estão a fazer um trabalhinho no âmbito da pré-campanha para as eleições desta Câmara Municipal. Sendo assim, desejo-lhes sinceramente boa sorte, que arranjem, finalmente, um trabalhinho fixo e bem pago sob uma futura presidência da autarquia cheia de "moedinhas"; e se, por acaso, quiserem ir passar férias à terra, suponho que podem fazê-lo à vontade. O FSB tem, decerto, mais que fazer ou, quando muito, "ativistas / artistas" mais importantes com que se ocupar.

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