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Consumidores portugueses são os que mais reagem às promoções

27 mai, 2021 - 18:01 • Sandra Afonso

Portugal no topo da tabela dos países onde os preços promocionais mais pesam nas decisões de compra. Os chamados “Promo Lovers” representam 39% dos lares portugueses.

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Em 2020, mais de 31% das vendas em Portugal no grande consumo foram motivadas por promoções. Esta percentagem coloca Portugal no primeiro lugar a nível mundial, na lista de países onde os descontos mais pesam nas intenções de compra. Portugal integra ainda o grupo de países onde as Marcas de Distribuição (MDD) mais cresceram (2%) a nível global, apenas atrás de Colômbia, Roménia e Sérvia.

Ainda segundo este estudo da Kantar, o consumidor português reage sobretudo ao “desconto imediato”, às “reduções temporárias de preço” ou “preços especiais”. Ainda assim, “mais de duas em cada cinco categorias têm forte dependência promocional, sem que apesar disso gerem incrementalidade para o universo do grande consumo”, diz Marta Santos, sector director da Kantar.

A maioria das marcas (53%) ganharam compradores com as promoções e 87% alargaram a base global de compradores. Mas esta estratégia não resulta com todas as marcas.

Para as grandes superfícies, que competem pelos melhores descontos inteligentes (smart discounts), as promoções são uma estratégia fundamental. Em cada 10 compras nos hiper e supermercados, 8 levam pelo menos um produto em promoção. Ainda assim, estão a diminuir o número de compras no retalho, que perde também a fidelidade do comprador.

Do lado do consumidor, destacam-se os "Promo Lovers", aqueles que se mostram mais fiéis às promoções, que representam em Portugal 39% dos lares. “São essencialmente jovens e casais com filhos pequenos, compram em hiper e supermercados e, no último ano, compraram mais marcas de distribuição do que promoções e procuraram o canal online”, segundo o comunicado da Kantar..

No extremo oposto estão os “compradores menos promocionais”, que não se importam de pagar mais por marcas de fabricante ou de distribuição e dispersam mais as compras por diferentes lojas e canais de venda. Estes consumidores não compram tantos produtos em promoção e representa 61% dos lares portugueses.

Um alerta para as grandes superfícies, que apostam em descontos contínuos. Marta Santos defende que “as promoções e a preocupação com o fator preço estão há muito no topo das prioridades dos portugueses, no entanto as promoções realizadas de forma contínua não ajudam a construir valor para as marcas, para as categorias e, em última análise, para o mercado”.

Já Pedro Pimentel, Director-Geral da Centromarca, diz que “independentemente das estratégias promocionais específicas que sejam seguidas pelos retalhistas e pelas marcas, o mais relevante é que as mesmas correspondam a uma proposta de valor atraente para o consumidor e que não gerem tensões desnecessárias ao nível do seu financiamento ou partilha de valor”.

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