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Cavaco Silva. Seria "chocante" o PSD aprovar reforma das Forças Armadas

16 mai, 2021 - 14:31 • Lusa

Para o antigo Presidente da República é "um equívoco a tempo de ser corrigido".

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O ex-Presidente da República diz ser "um erro grave" a reforma das Forças Armadas que o ministro da Defesa pretende fazer, afirmando que seria para si "chocante" ver o PSD aprová-la.

"Considero um erro grave a reforma que o ministro da Defesa Nacional pretende agora levar a cabo, pondo em causa o equilíbrio na distribuição de competências entre o Ministro, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e os chefes de Estado-Maior dos ramos", afirmou numa declaração enviada à agência Lusa.

Cavaco Silva dirigiu ainda duras críticas à posição do seu próprio partido sobre a proposta de lei, considerando que o apoio do PSD, que disse ver veiculada na comunicação social, à reforma, é "um equívoco a tempo de ser corrigido", e que "seria chocante ver deputados social-democratas seguirem esse caminho".

Para o antigo Presidente, a posição social-democrata em relação à proposta de lei "só pode resultar de duas razões: ignorância da realidade das Forças Armadas Portuguesas ou concordância com o discurso de desconsideração e desqualificação do ministro da Defesa em relação a chefes militares a quem o país muito deve".

Em causa estão propostas do Governo que alteram a Lei de Defesa Nacional e a Lei Orgânica das Forças Armadas, aprovadas em Conselho de Ministros no dia 8 de abril, que centralizam competências no chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), alterando a estrutura superior de comando.

Cavaco Silva argumenta que é uma reforma "que não é exigida pelas prioridades do presente nem pelos desafios do futuro", e que a legislação em vigor "já garante a unidade de comando das Forças Armadas aos níveis estratégico e operacional".

Prova disso, considera, são "os elogios internacionais" aos militares portugueses que participam em missões no estrangeiro.

A reforma é contestada por ex-chefes de Estado Maior dos três ramos, 28 dos quais - incluindo o ex-Presidente Ramalho Eanes - assinaram uma carta a criticá-la e a pedir um debate alargado à sociedade civil.

Na carta com seis páginas, enviada na quinta-feira passada ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Defesa e grupos parlamentares, o grupo expressa "apreensão" e lança um aviso: a "perturbação provocada no ambiente das Forças Armadas obriga-nos a isso".

O grupo contesta também a linguagem do ministro Gomes Cravinho, que classificam como uma "novilíngua" que está a "atingir proporções inusitadas", e manifesta críticas ao método de decisão e ao conteúdo da reforma do comando superior das Forças Armadas, que será debatida na Assembleia da República na próxima terça-feira.

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  • Kilas Kilas
    16 mai, 2021 Tomar 16:33
    Não há pingo de vergonha neste País de Xuxialistas!!!

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