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Médio Oriente. EUA voltam a bloquear declaração conjunta a pedir cessar-fogo

13 mai, 2021 - 11:26 • Marta Grosso com agências

Foi o resultado da segunda reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre o conflito armado entre israelitas e palestinianos que já matou dezenas de crianças.

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O pedido de “cessação imediata de todos os atos de violência” não iria “ajudar a diminuir” a violência no Médio Oriente, defendeu o representante de Washington no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A reunião de emergência de quarta-feira (que terminou já nesta quinta, hora de Lisboa) – a segunda nesta semana – terminou assim, novamente, sem uma declaração conjunta dos países membros sobre a violência entre israelitas e palestinianos.

As Nações Unidas alertam para a possibilidade de uma guerra em grande escala na região, mas os Estados Unidos (que têm direito de veto no Conselho de Segurança) estão a bloquear medidas que interfiram com a resposta armada de Israel.

O enviado especial da ONU para a Paz Israelo-Palestiniana, Tor Wennesland, esteve presente na reunião e expressou profunda preocupação com a situação em Gaza e as tensões e violência vividas em Jerusalém Oriental, sobretudo junto a locais sagrados.

Pediu, por isso, uma cessação imediata das hostilidades.

“Os membros do Conselho exigiram a cessação imediata de todos os atos de violência, provocação, incitamento e destruição. Pediram respeito pelo Direito Internacional, incluindo o direito internacional humanitário e a proteção de civis”, refere o documento saído do encontro.

Mas os Estados Unidos não permitiram que saísse uma declaração conjunta para acabar com a guerra na região. Segundo fonte anónima próxima de Washington, os EUA consideram que tal documento não iria "ajudar a diminuir" a violência. Washington não trata o conflito por meio de um comunicado, acrescentou.

No terreno, na Faixa de Gaza, prosseguem os ataques e bombardeios.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano esteve ao telefone com o primeiro-ministro israelita, a quem pediu que evitasse fazer vítimas civis e manifestou a sua esperança de que a situação fosse resolvida. Joe Biden considera, por outro lado, que Israel tem direito de se defender.

EUA condenam disparos de Gaza contra Israel

O chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, também esteve ao telefone, mas com o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, a quem manifestou a condenação pelo disparo de foguetes contra Israel a partir de Gaza.

"O secretário de Estado condenou os ataques com foguetes e enfatizou a necessidade de desanuviar as tensões e acabar com a violência em curso", disse o Departamento de Estado, em comunicado.

Blinken disse também "que palestinianos e israelitas merecem níveis iguais de liberdade, dignidade, segurança e prosperidade" e lamentou "a perda de vidas" nos últimos dias.

Os dois abordaram a violência em Jerusalém, na Cisjordânia e em Gaza.

O conflito entre as duas partes Israel não tem dado sinais de abrandamento e já provocou muitas vítimas e prejuízos materiais.

Segundo o serviço de emergência do Hatzallah Unido de Israel, os foguetes lançados da Faixa de Gaza – mais de mil, a maioria dos quais intercetados ou perdidos – mataram um rapaz de seis anos na quarta-feira, elevando o número total de baixas em Israel para sete.

Em Gaza, 65 palestinianos morreram desde segunda-feira, incluindo 16 crianças.

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