26 abr, 2021 - 06:37 • Redação com Lusa
"Nomadland - Sobreviver na América" é o vencedor da noite dos óscares com três das principais estatuetas. Na 93.ª edição arrebatou o Óscar de Melhor Filme e a sua realizadora fez história. Chloé Zhao é a primeira asiática a receber o galardão de Melhor Realização e a segunda mulher a conquistá-lo, depois de Kathryn Bigelow, em 2020, por "Estado de Guerra".
Dirigido por Chloé Zhao, teve como produtores Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher, Dan Janvey e a própria Chloé Zhao.
Para o Óscar de Melhor Filme estavam nomeados "Mank", "Nomadland - Sobreviver na América", "Uma miúda com potencial", "O Pai", "Judas and the Black Messiah", "Minari", "Sound of Metal" e "Os 7 de Chicago".
"Mank" soma dois Óscares: Melhor Cenografia e Melhor Direção de Arte.
Frances McDormand conquista o Óscar de Melhor Atriz pelo desempenho em "Nomadland - Sobreviver na América". Este é o terceiro galardão conseguido por Frances McDormand, em três nomeações para melhor atriz, depois de "Fargo" (1996) e "Três Cartazes à Beira da Estrada" (2018).
O filme conta a história de uma mulher que viaja pela América como nómada, vivendo numa caravana, trabalhando em empregos temporários e sobrevivendo na estrada, na sequência de uma crise económica. Embora o filme seja uma ficção, assenta em testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nómada mais envelhecida e nas margens da sociedade.
Para o Óscar de Melhor Atriz estavam nomeadas Carey Mulligan ("Uma miúda com potencial"), Frances McDormand ("Nomadland"), Viola Davis ("Ma Rainey: A mãe dos blues"), Vanessa Kirby ("Pieces of a Woman") e Andra Day ("The United States vs. Billie Holiday").
O Óscar de Melhor Ator atribuído a Anthony Hopkins pelo desempenho em "O Pai", de Florian Zeller.
O britânico, que não esteve presente na cerimónia, conquistou o segundo Óscar de Melhor Ator, 30 anos após a sua distinção pelo papel em "O Silêncio dos Inocentes", de Jonathan Demme.
Na representação masculina estavam indicados Chadwick Boseman (a título póstumo por "Ma Rainey: A mãe dos blues"), Riz Ahmed ("Sound of Metal"), Gary Oldman ("Mank") e Steven Yeun ("Minari"), além do protagonista de "O Pai".
O desempenho no filme de Florian Zeller já tinha garantido a Hopkins a distinção dos BAFTA, os prémios da academia britânica de cinema e televisão.
Yuh-Jung Youn é a primeira atriz coreana a receber um Óscar de Melhor Atriz Secundária.
"Não acredito em competição, especialmente na nossa indústria", disse a atriz de 73 anos, que foi distinguida pelo papel de Soonja no filme "Minari". "Estamos a comparar diferentes filmes e diferentes papéis", afirmou.
A vitória de Yuh-Jung Youn significou que Glenn Close, que estava nomeada na mesma categoria pelo papel de Mamaw em "Hillbilly Elegy", voltou a não ser galardoada. Foi a oitava vez que Close foi nomeada para um Óscar sem nunca vencer.
Daniel Kaluuya conquista o Óscar de Melhor Ator Secundário, pelo desempenho em "Judas and the Black Messiah", do líder dos Blanck Panther Fred Hampton.
Sacha Baron Cohen, pelo desempenho em "Os 7 de Chicago", Leslie Odom, Jr., por "One Night in Miami...", Paul Raci, por "Sound of Metal", e Lakeith Stanfield, também por "Judas and the Black Messiah", eram os outros quatro candidatos.
"Mais uma rodada", do dinamarquês Thomas Vinterberg, conquistou o Óscar de Melhor Filme Internacional.
Para esta categoria estavam selecionados "Quo Vadis, Aida?" (Bósnia Herzegovina), "Better Days" (Hong Kong), "The Man Who Sold His Skin" (Tunísia) e "Collective" (Roménia), além do vencedor.
O filme tem estreia marcada para a próxima quinta-feira, em Portugal.