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Teletrabalho não resultou nesta empresa, mas 2020 foi o melhor ano

26 abr, 2021 - 09:25 • Liliana Carona

“Estivemos apenas 15 dias” em teletrabalho. Nos Armazéns do Calhabé, empresa de matérias de construção fundada há 60 anos, o administrador Hélder Fonseca não tem dúvidas: “o ano de pandemia foi o nosso melhor ano de sempre. Quem está a sustentar o país é a construção”.

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Por causa da pandemia de Covid-19, o Governo decretou o teletrabalho obrigatório até ao final deste ano, mas, para algumas empresas, o regime não funciona. É o caso de uma empresa de materiais de construção de Coimbra, que esteve em teletrabalho durante 15 dias, entre março e abril do ano passado.

“Estivemos apenas 15 dias, de 19 de março até 6 de abril de 2020, mas nada transcendente”, afirma Sandra Bom, 45 anos, que fez a parte da gestão de clientes a partir de casa. Nunca considerou estar em teletrabalho puro e duro, diz.

Nos ‘Armazéns do Calhabé', empresa de matérias de construção, fundada há 60 anos, sedeada em Coimbra e com 17 funcionários, o volume de chamadas é elevado e aumentou quando, em março e abril do ano passado, o administrador Hélder Fonseca decidiu optar pelo teletrabalho, que concluiu não se adequar.

“Estar em teletrabalho é muito difícil, sobretudo na vertente comercial, porque não temos loja online. Em abril do ano passado, fechámos 15 dias e estivemos a ajudar os enfermeiros e a comercializar os produtos que mais precisavam – gel, máscaras, batas de plástico. Fazíamos as vendas pelas redes sociais”, recorda, considerando que o teletrabalho não funciona na empresa que dirige.

“Em algumas empresas, o teletrabalho é impossível, as pessoas podem ser mais produtivas no teletrabalho, mas só durante algum tempo, depois falta o espírito de grupo, de equipa, o sacrifício uns pelos outros e isso perde-se em casa. Pode acontecer na parte comercial, nas vendas, mas depois tudo o resto não funciona”, garante o empresário.

Embora considere que o teletrabalho não resulta numa empresa de materiais de construção, Hélder Fonseca, tem motivos para sorrir. “O ano de pandemia foi o nosso melhor ano de sempre. A construção não parou e quem está a sustentar o país é a construção”.

“Em termos de PIB, 50 e tal por cento é a construção, 30 e poucos é o turismo que está completamente parado. Tanto a mim como aos meus colegas, com quem falo muito, correu muito bem, a pandemia não nos afetou”, reforça. “E os próximos dois anos vão ser anos muito bons neste setor”, admite o também proprietário de um ginásio em Condeixa.

Presente também no ramo do bem-estar, Hélder Fonseca, de 43 anos, não cruzou os braços. No ginásio Adhoc, com 20 funcionários, inaugurado há dois anos, “aí fomos obrigados a fechar e recorremos ao lay-off. Muitos podem queixar-se do Governo, mas no caos que eles estiveram, muito bem eles estiveram ao ajudar as empresas que cumprem, que pagam os impostos”, enaltece, revelando o novo rumo tomado.

“Os empresários têm de ser empreendedores, lançámos uma plataforma para o ginásio, o ‘Adhoc play’ em que andámos pelo país todo, a fazer filmagens dos treinos para os sócios terem acesso”, conta.

Em ano de pandemia, este empresário considera 2020 o melhor ano de sempre e prevê a abertura de mais unidades de fitness. “Vamos abrir mais unidades de ginásio e vai ser em Coimbra”, avança Hélder Fonseca à Renascença.

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