21 abr, 2021 - 11:10 • Ângela Roque
O Papa Francisco deu esta quarta-feira continuidade ao ciclo de catequeses semanais que tem dedicado à oração, sublinhando a importância que a Bíblia dá às palavras.
“Se, perante a violência, não houvesse palavras para tornar inofensivos os maus sentimentos, para os canalizar de modo a não serem prejudiciais, o mundo inteiro seria inundado por eles”, disse o Papa, que pediu aos católicos que mantenham a “prece vocal” como referência nas suas orações, porque ela é como uma “âncora” e “a mais segura”, porque pode ser praticada sempre.
“Nenhum de nós nasce Santo, e quando os sentimentos negativos batem à porta do nosso coração, devemos ser capazes de os desarmar com a oração e com as palavras de Deus”, afirmou, durante a audiência geral transmitida a partir da biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano.
Francisco pediu que não se despreze o exemplo dos mais velhos, que considerou os “grandes intercessores” das paróquias. “Deveríamos ter a humildade de certos idosos que, na igreja, talvez porque a sua audição já não é aguda, recitam em meia-voz as orações que aprenderam quando eram crianças, enchendo a nave de sussurros” , afirmou, lamentando que haja quem menospreze esta forma de estar e rezar, como se fosse uma coisa de “ignorantes”.
“Não se caia na soberba de desprezar a oração vocal, a oração dos simples, a que Jesus nos ensinou: Pai-Nosso que estás nos céus”, acrescentou.
No final da audiência, Francisco saudou os ouvintes de língua portuguesa, a quem deixou o convite para que nunca abandonem “as orações simples que aprendemos desde pequenos no seio da nossa família e que guardamos na memória do coração”, porque “são vias seguras de acesso ao coração do Pai”.