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Estado de Emergência

Rio Maior. "Temos vindo a fazer uma descida de casos ativos todos os dias", assegura autarca

16 abr, 2021 - 00:47 • José Carlos Silva (entrevista) , André Rodrigues (texto)

Há duas semanas, o concelho tinha 50 casos ativos em 21 mil habitantes. Hoje tem 33. "É preocupante, mas não estamos em pânico nem perdemos o foco do nosso trabalho", garante o presidente da Câmara.

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Com uma incidência que ultrapassa os 240 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, Rio Maior é um dos quatro municípios que terá de dar passos atrás no desconfinamento.

Em declarações à Renascença, o autarca Filipe Santana Dias reconhece que há uma relação entre a elevada testagem e a confirmação de casos positivos, mas acredita que os números descerão em breve.

Contudo, Santana Dias declara-se apreensivo com o regresso das aulas presenciais nos ensinos secundário e superior.

Rio Maior é um dos quatro concelhos que regressam às regras anteriores ao desconfinamento. O quê que terá falhado?

Não acredito que seja uma falha. Estamos a falar de uma doença altamente transmissível em que há vários fatores que podem levar a que haja esta transmissibilidade entre pessoas.

Em Rio Maior, tem-se feito um esforço sobrehumano, por parte das autoridades de saúde - devidamente acompanhadas pelo município - na testagem da população.

Para lhe dar uma noção de números, Rio Maior tem cerca de 21 mil habitantes e estas duas semanas realizaram-se mais de três mil testes.

E essa testagem é responsável pelo aumento de casos positivos?

Partimos do princípio que sim, porque da testagem nasce a identificação de casos positivos. Ainda assim, não pode ser nunca um argumento ou uma estratégia não testar para não ter casos positivos. Isso é perder o controlo da situação.

Importa, também, dizer que Rio Maior tinha, há 15 dias, cerca de 50 casos positivos e neste momento tem 33. Por isso, temos vindo a fazer uma descida de casos ativos todos os dias.

Se nos preocupam os níveis de hoje? Obviamente que sim, muito. Mas, de todo, não nos pode fazer perder o foco e o discernimento.

33 casos em 21 mil habitantes é preocupante, mas não estamos em pânico nem perdemos o foco do nosso trabalho.

Como vão ser os próximos dias? Um polícia em cada esquina?

O reforço de policiamento já está a acontecer em Rio Maior e é uma necessidade, creio eu, em todo o território nacional e com especial enfoque nestes concelhos com estas condições.

A esmagadora maioria da população de Rio Maior tem feito um cumprimento à risca das normas, mas continuamos com uma pequena franja da população que insiste em ter comportamentos menos corretos. E esta pequena franja menos pensante acaba por influenciar a maioria pensante que cumpre, que faz o seu esforço, seja nos seus negócios ou na sua vida particular com graves alterações para poder ultrapassar esta fase.

Portanto, a ação dissuasora e, em alguns casos, coerciva das autoridades é uma necessidade neste município e noutros também, obviamente.

Este retrocesso vai fazer com que a população tenha uma espécie de autopoliciamento sobre os seus próprios comportamentos e dos seus vizinhos?

Não diria que somos polícias uns dos outros, mas, pelo menos, conselheiros. É assim em Rio Maior, praticamente desde o início da pandemia, porque, felizmente, temos mais gente responsável do que não responsável. Portanto, essa autocorreção da comunidade é um fator que existe, independentemente da gravidade da pandemia.

Mas não acho que seja esta situação que nos deve tirar o nosso bem mais precioso enquanto comunidade, que é o facto de conseguir viver juntos e compreender-nos uns aos outros.

Nós pedimos a toda a gente que tenha cuidado e que sensibilize as pessoas que tem à sua volta, não de uma forma punitiva ou corretiva, mas de sensibilização para comportamentos menos corretos.

Acredita que esta é uma situação que se vai manter por muito tempo ou vai passar diretamente para a terceira fase de desconfinamento?

Há uma variável nova que vamos ter ao longo destes 15 dias, que eu discordo, que é a abertura das escolas secundárias e do ensino superior como se estivéssemos abaixo dos 120 casos e nós estamos acima dos 240 por 100 mil habitantes.

Mas tenho esperança, sobretudo se mantivermos este rácio de descida. Se assim for não tenho dúvida de que vamos acompanhar os municípios que estão abaixo dos 120 casos.

Agora, temos uma variável nova cujo comportamento vamos verificar durante estes 15 dias.

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