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Operação Marquês

"Tremenda injustiça". Ana Catarina Mendes contra-ataca e aconselha "recato" a Sócrates

15 abr, 2021 - 00:16 • André Rodrigues , Susana Madureira Martins

Líder parlamentar socialista respondeu ao ataque do antigo primeiro-ministro a António Costa e ao PS e assegura que o partido sabe que foi sob a liderança de Sócrates que alcançou a primeira maioria absoluta em legislativas. Ana Catarina Mendes insiste, contudo, que o partido sempre disse que "deixaria o processo correr na justiça, deixando-a fazer o trabalho que tem de fazer”.

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A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, considera que a reação de José Sócrates às afirmações de Fernando Medina sobre a Operação Marquês são uma “tremenda injustiça”.

Na terça-feira, no habitual espaço de comentário na TVI, o presidente da Câmara de Lisboa referiu que as suspeitas que recaem sobre o antigo primeiro-ministro, principal arguido deste caso, minam a confiança dos portugueses e corroem a democracia.

Sem nunca se referir diretamente ao nome de António Costa, Sócrates usou na TVI a expressão “canalhice” para classificar as afirmações do autarca de Lisboa que, segundo o principal arguido da Operação Marquês, foram proferidas a mando da "liderança do PS".

“O essencial não é esse personagem [Fernando Medina]: falemos, portanto, do mandante que é a liderança do PS e a sua direção. E essas declarações dizem tudo sobre o que realmente pensa o Partido Socialista, ou melhor, a sua direção. O que a direção do PS acha é que pode e deve fazer uma condenação sem julgamento, sem defesa, esquecendo o princípio da presunção de inocência. Essas declarações são de uma profunda canalhice”, atacou Sócrates.

A resposta de Ana Catarina Mendes ao antigo primeiro-ministro surgiu quase de seguida, no pograma Circulatura do Quadrado, da TVI.

A líder parlamentar socialista considerou “uma tremenda injustiça” o ataque de Sócrates, “quer à direção do PS, quer ao próprio António Costa, considerando-o como um traidor, não só na entrevista de hoje, como nos últimos dias”.

Ana Catarina Mendes contrapôs, ainda, a acusação do antigo primeiro-ministro de que o PS o teria abandonado ou esquecido, aquando a sua detenção, em novembro de 2014.

“O PS nunca apagou a história do seu partido e, felizmente, sabe que José Sócrates deu a primeira e única maioria absoluta ao partido, foi secretário-geral, foi primeiro-ministro e entende que, em processo judicial, e desde o início, há quase sete anos, sempre disse que deixaria o processo correr na justiça, deixando-a fazer o trabalho que tem de fazer”, disse a líder da bancada do PS.

E aconselhou ao “recato” de José Sócrates, apesar de entender a vontade de haver uma entrevista e de não ter “nada contra” o facto de a TVI a ter feito.

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  • João
    15 abr, 2021 Viseu 09:52
    Alguém tem que responsabilizar esse "ser feroz". José Sócrates falar de moral…é uma profunda irresponsabilidade… E não haverá por aí à venda uma vacina contra o vírus da corrupção? Agostinho de Hipona (354-430): «Um Estado que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um bando de ladrões».

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