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"Rei da Rádio", "Príncipe do Espetáculo", apaixonado pelo teatro. Artur Garcia morreu com 83 anos

14 abr, 2021 - 18:55 • Redação com Lusa

Nome destacado da música ligeira portuguesa das décadas de 1960 e 1970 celebrizou canções como "Casaca Azul e Oiro", "Amor" e "Porta Secreta", com a qual concorreu ao Festival RTP da Canção em 1967.

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O cantor Artur Garcia, de 83 anos, que protagonizou vários êxitos nas décadas de 1960 e 1970, morreu esta quarta-feira, na Aldeia de Juzo, em Cascais, disse à Lusa o agente artístico António Fortuna.

Nascido em 15 de abril de 1937, Artur Garcia morreu na véspera de completar 84 anos.

O cantor, nome destacado da chamada música ligeira portuguesa dos anos de 1960/1970, celebrizou canções como, entre outras, "Casaca Azul e Oiro", "Amor" e "Porta Secreta", com a qual concorreu ao Festival RTP da Canção em 1967.

Artur Garcia começou a cantar aos 14 anos nas sociedades de recreio em dias de baile.

Mais tarde, quando trabalhava num pronto-a-vestir dos Armazéns Grandella, na baixa lisboeta, foi desafiado por colegas a prestar provas no Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional, onde entrou em 1955, estreando-se ao lado de nomes como Simone de Oliveira, Maria de Fátima Bravo ou Isabel Wolmar.

Em 1960, entrou para os quadros da estação pública de radiodifusão.

Em 1961, participou no III Festival da Canção Portuguesa, no Casino da Figueira da Foz, interpretando a "Canção do Passado". Artur Garcia participou, ainda, no primeiro Grande Prémio TV da Canção com "Finalmente" que alcançou o oitavo lugar.

O percurso artístico de Artur Garcia foi, sobretudo, preenchido pela música ligeira, fortemente marcada pelos temas românticos, com letras sentimentais.

Mas foi, também, um homem do teatro, uma paixão de infância que abraçou em 1965 com a revista "Todos ao Mesmo", no Teatro Maria Vitória.

"A minha grande paixão é e sempre foi o teatro. Queria ser ator, mas acabei por ir para as cantigas mais por casualidade do que por escolha", reconheceu Artur Garcia numa entrevista que deu em abril de 2017.

Foi eleito "Rei da Rádio" em 1967 e 1968 e 1969, pondo termo ao domínio de António Calvário, designado pela imprensa e pelos fãs como um crónico rival de Artur Garcia. Ainda em 1969 foi galardoado com o título de "Príncipe do Espetáculo".

Após o 25 de Abril, Artur Garcia diminuiu a sua atividade artística e passou a ser proprietário de uma loja de discos.

Em 1977, outro dos pontos altos da sua carreira, realizou uma digressão, ao lado de Amália Rodrigues, nos Estados Unidos da América e no Canadá.

Em abril de 2005, assinalou os seus 50 anos de carreira com um espetáculo no Fórum Lisboa e em 2007, recebeu da Câmara de Lisboa a Medalha de Prata de Mérito Municipal, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro.

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