08 abr, 2021 - 19:50 • Lusa
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O velório do antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho, que morreu esta quarta-feira, realiza-se esta sexta-feira na Basílica da Estrela, em Lisboa, e o funeral será no sábado, para o jazigo de família no cemitério de Santiago de Cassurrães, no concelho de Mangualde.
Fonte do PS adiantou à agência Lusa que o velório na Basílica da Estrela terá lugar a partir das 19h00, e que no sábado, pelas 08h30, haverá uma missa, antes de o cortejo fúnebre seguir para Mangualde, no distrito de Viseu.
Num ato simbólico, em reconhecimento e memória do antigo ministro, a câmara de Mangualde decretou três dias de luto municipal, a partir de hoje e até sábado.
Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho, ministro nos dois governos liderados por António Guterres (1995/2002), faleceu aos 66 anos, na Figueira da Foz, vítima de ataque cardíaco fulminante.
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Foi pela mão de António Guterres que se assumiu co(...)
Jorge Coelho iniciou-se na atividade política pela extrema-esquerda, tendo militado em movimentos como os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas (CCR-ML) e Partido Comunista Reconstruído PC(R), que mais tarde deu origem à formação da UDP (União Democrática Popular).
Filiou-se no PS em 1983, esteve em Macau entre 1986 e 1991 e, no início da década de 90, iniciou uma intensa colaboração política com António Guterres, que chegou ao cargo de secretário-geral dos socialistas em janeiro de 1992.
O conhecimento das estruturas do PS valeu a Jorge Coelho a designação de "homem da máquina" ou "homem do aparelho". Na sequência do triunfo do PS nas eleições legislativas de 1995, foi ministro Adjunto, da Administração Interna e, depois, da Presidência e do Equipamento Social até 2001.
Há 20 anos, após a queda da ponte de Entre-os-Rios, na noite de 04 de março de 2001, onde morreram 59 pessoas, Jorge Coelho assumiu as responsabilidades políticas pelo sucedido e - num gesto raro na política portuguesa - demitiu-se de imediato de ministro da Presidência e do Equipamento Social, com a tutela sobre as pontes, numa conferência de imprensa realizada madrugada dentro.
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Assertivo, frontal, controverso, carismático. Jorg(...)
Jorge Coelho esteve na primeira linha da campanha socialista para as legislativas de 2005, em que José Sócrates alcançou para o PS a primeira e única maioria absoluta, mas não integrou o Governo que resultou desse ato eleitoral, nem permaneceu como deputado na Assembleia da República.
Depois disso, afastou-se da política ativa para se dedicar à vida empresarial e, anos mais tarde, foi presidente da Comissão Executiva da Mota-Engil (2008/2013), que deixou depois para abrir uma fábrica de queijo, na sua terra natal, Mangualde, a Queijaria Vale da Serra.
No plano partidário, assumiu pela última vez um lugar formal em setembro de 2014, quando presidiu à comissão eleitoral das eleições primárias do PS, abertas a todos os cidadãos e que foram disputadas entre o então líder socialista, António José Seguro, e o atual primeiro-ministro, António Costa.