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1954-2021

PS recorda contributo decisivo de Jorge Coelho nas vitórias de 1995, 1999 e 2005

07 abr, 2021 - 23:18 • Lusa

Nota de pesar divulgada esta quarta-feira classifica Jorge Coelho como um "histórico socialista e notável amigo da democracia que soube de forma singular traduzir na sua atuação a proximidade ao cidadão comum (...) como poucos governantes o conseguiram".

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O PS destacou esta quarta-feira a ação do seu antigo dirigente, Jorge Coelho, para as vitórias eleitorais nas legislativas de 1995 e 1999, sob a liderança de António Guterres, e na maioria absoluta de 2005 com José Sócrates.

"Foi com particular pesar e aguda tristeza que o PS recebeu a dolorosa notícia do inesperado falecimento do seu camarada Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho", lê-se na nota oficial de pesar emitida pelos socialistas.

Jorge Coelho, natural de Mangualde, no distrito de Viseu, morreu, aos 66 anos, na sequência de um ataque cardíaco fulminante, quando se encontrava na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

Na nota de pesar, o PS classifica Jorge Coelho como um "histórico socialista e notável amigo da democracia que soube de forma singular traduzir na sua atuação a proximidade ao cidadão comum, cujos anseios e emoções sabia interpretar como poucos governantes o conseguiram".

"Deixa-nos um legado político de diversidade e de dedicação inigualáveis, tendo atingido inclusivamente a alta dignidade de conselheiro de Estado. Nasceu em Viseu (1954) e filiou-se no PS em 1982, tendo nesse mesmo ano iniciado o seu percurso de desempenho de funções executivas como chefe do gabinete do secretário de Estado dos Transportes do IX Governo Constitucional", refere-se.

Na segunda metade da década de 80, Jorge Coelho esteve em Macau, onde foi chefe do gabinete do secretário de Estado Adjunto dos Assuntos Sociais, Educação e Juventude de Macau (1988-1989) e, já em funções governativas na mesma região, desempenhou o cargo de secretário Adjunto para a Educação e Administração Pública (1989-1991).

De regresso a Portugal, o PS considera que foi "fundamental na delineação e arquitetura de várias campanhas eleitorais, tendo dirigido a estrutura que assegurou a campanha eleitoral vitoriosa do PS nas eleições legislativas de 1 de outubro de 1995 e nas eleições Legislativas seguintes, em 10 de outubro de 1999".

Para o PS, Jorge Coelho "ficará para sempre como o homem do coração socialista e como alguém que soube de forma exemplar materializar o espírito e a alma do socialismo".

"Para a grande família socialista, fica como o dirigente que, num mar de mudança, personificava a serenidade, a força e a capacidade de ação e que, simultaneamente, em momentos de divisão, era uma âncora de união", sustenta-se ainda neste texto.

Em termos de funções governativas, o PS assinala na sua nota de pesar que no primeiro executivo de António Guterres foi ministro-adjunto a partir de 1995, tendo, "dois anos mais tarde, em novembro de 1997, acumulado esse cargo com o de ministro da Administração Interna".

"Como ministro-adjunto, é de destacar a criação das Lojas do Cidadão. Em conjunto com o seu secretário de Estado da Administração Pública, Fausto Correia, lançou em Portugal o conceito de Loja do Cidadão, enquanto interface e centro de atendimento de várias entidades públicas, agregando e ligando serviços num só espaço. Após as eleições legislativas de 1999, que viriam a reconduzir António Guterres como chefe do Governo, Jorge Coelho assumiu as pastas da Presidência e das Obras Públicas, tendo sido titular, em setembro de 2000, da pasta de ministro de Estado e das Obras Públicas", salienta-se.

Ainda segundo o PS, em 4 de março de 2001, Jorge Coelho "voltaria a deixar a sua assinatura na cultura política e democrática portuguesa, ao assumir, demitindo-se, a responsabilidade política plena pela queda da ponte de Entre-os-Rios".

"Constituiu um precedente de coerência para todos os titulares de funções executivas que se lhe seguiram e perdurará na moldura executiva como traço de dignidade e de respeito pelas vítimas", defende o PS.

De acordo com este partido, Jorge Coelho "voltou a ser decisivo na campanha socialista de 2005, em que, pela primeira vez, com José Sócrates, o PS alcançou uma maioria absoluta em eleições legislativas".

"Em novembro de 2006, renunciou ao mandato de deputado e abandonou todos os cargos partidários para se dedicar à docência, à consultoria, à atividade empresarial e ao comentário político", acrescenta-se.

Para o PS, Jorge Coelho deixa uma "memória da materialização dos valores socialistas e da dedicação à causa política e pública".

"A sua partida traz à sua outra família, a socialista, a dolorosa perda de umas das suas mais sólidas raízes", frisa-se nesta nota de pesar.

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