Guilherme D' Oliveira Martins recorda generosidade e determinação

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“A sua generosidade, a sua determinação são duas características que recordo em Jorge Coelho, um amigo muito próximo que me correspondia sempre às solicitações mais diversas.

Era uma pessoa extraordinariamente competente, era um cidadão exemplar porque a sua noção de cidadania era uma noção ampla, que pensavam sobretudo nos outros, no interesse geral e no bem comum” – é assim que Guilherme d’Oliveira Martins recorda Jorge Coelho, que morreu esta quarta-feira aos 66 anos.

Ambos foram ministros no governo de António Guterres e Oliveira Martins sucedeu, aliás, a Jorge Coelho como ministro da Presidência.

Lembra a saída de Coelho de ministro das Obras Públicas como um “momento difícil, mas em que o dr. Jorge Coelho se afirmou clara e inequivocamente como um político frontal, corajoso, que tirou as consequências de algo de que ele não era diretamente responsável”.

E acrescenta: “Foi uma lição de interesse publico, uma noção de entrega total relativamente àquilo que é, afinal, a defesa e a salvaguarda de todos”.

Em declarações à Renascença, Oliveira Martins manifesta-se “profundamente triste, profundamente chocado”, pois “mantinha um contacto permanente e acompanhava com interesse todo o trabalho e empenhamento” de Jorge Coelho nas suas novas funções como empresário.

“Encontrei-o, ultimamente, nas suas tarefas agrícolas e pecuárias com um entusiasmo extraordinário e uma competência fantástica, como sempre o encontrei como colega de governo que foi sempre um exemplo e uma referência, diz Oliveira Martins, atual administrador da Fundação Gulbenkian.

“Entregava-se completamente ás tarefas que lhe eram confiadas com grande inteligência, com uma grande compreensão da realidade e, por isso, a imagem que tenho sempre dele é essa imagem da grande capacidade de trabalho”, acrescenta o antigo colega de Governo, que faz questão de salientar a palavra “generosidade” como uma marca de Jorge Coelho.

“Só alguém com tão grande generosidade pode, com coragem e determinação, marcar claramente tudo aquilo que fez de uma forma extremamente fecunda”, conclui.