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"Valorizar o esforço". ​​Nesta escola o prémio vai para o aluno que progredir mais

03 abr, 2021 - 08:01 • Liliana Carona

Em tempos de pandemia, reconhecer o esforço dos alunos no ensino à distância deu origem a um prémio na Escola Secundária Felismina Alcântara, em Mangualde. O “Quadro de Mérito Evolutivo” é dirigido aos alunos que progridam mais. Não é para o melhor aluno da escola, mas para aquele que trabalhou mais para obter melhores resultados.

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Escola lança prémio para o aluno com maior evolução - reportagem de Liliana Carona
Ouça aqui a reportagem da jornalista Liliana Carona

O esforço na realização dos trabalhos escolares e consequente melhoria das notas vai ser reconhecido na Escola Secundária Felismina Alcântara, em Mangualde. Com 726 alunos, a ideia partiu da Associação de Estudantes, representada por Pilar Guimarães, de 17 anos, secretária da assembleia geral.

A iniciativa começou a ser posta em prática em janeiro e “não partiu de apenas de um indivíduo, mas da associação de estudantes que venceu as eleições”, esclarece Pilar Guimarães, sublinhando que “o regulamento foi o processo mais trabalhoso”.

Oitenta alunos já se inscreveram no “Quadro de Mérito Evolutivo”. Beatriz Abreu, 17 anos, a frequentar o 12º ano, foi uma delas.

“É uma ideia incrível, puxa por nós para termos notas melhores. Quando se valoriza o melhor, ele continua a ser o melhor, quando se valoriza o esforço, faz com que os alunos se esforcem mais e num ano atípico é muito difícil ter algo que puxe por nós. Isto acaba por ser um objetivo para nos esforçarmos mais”, defende a jovem estudante.

Pilar Guimarães confirma que o fundamento é premiar a progressão. “Estamos muito habituados à meritocracia, premiar alunos com média acima de 18, mas aqui a ideia surge não para premiar os melhores, mas para premiar aqueles que progridem mais”.

Mas como se avalia o progresso de um estudante? Pilar Guimarães assume não ser fácil. “O progresso é difícil de quantificar, mas vamos utilizar as médias. Por um exemplo, um aluno que esteja no 10º ano irá fazer a média do 9º ano, e medimos o seu progresso, por exemplo entre 15 e 16, é uma progressão de um valor de um ano para o outro”, explica.

As inscrições decorrem online, na plataforma da escola e da associação, e estarão abertas até dia 9 de abril.

“Os prémios serão atribuídos dois por cada ano letivo, patrocinados pela Pereirinha ourivesarias, sendo 100 euros por cada vencedor, em produtos da marca”, revela Pilar Guimarães.

Foi a pandemia e o contexto do ensino online que motivaram os alunos de Mangualde a premiar os que mais progridem, naquilo que consideram ser uma ideia inovadora.

“Sem dúvida que há ligação com o contexto de pandemia, porque em contexto de aulas online verifica-se os alunos a terem menos motivação, estão em casa, o computador cansa os olhos, há sobrecarga de trabalhos e então sendo este contexto tão anormal, quisemos implementar a iniciativa, para servir de incentivo”, conclui Pilar Guimarães, da direção da Associação de Estudantes da Escola Secundária Felismina Alcântara.

Sobre o projeto piloto, dirigido aos alunos entre o 9.º e o 12.º ano, Pilar considera que “é uma ideia mesmo inovadora e que pode fazer toda a diferença. As nossas escolas já estão no mapa, mas isto pode elevar um bocadinho mais e Mangualde ficar conhecido pela inovação e criatividade”, destaque a aluna.

Não é, contudo, a primeira vez que a escola de Mangualde promove prémios de reconhecimento dos seus alunos. Existe no estabelecimento escolar o Quadro de Honra, para alunos com média igual ou superior a 18 valores e prémios para alunos que se destaquem na vertente social e desportiva.

A associação de estudantes desta escola está, também, a aproveitar as férias da Páscoa para promover palestras online com os núcleos de estudantes das diversas faculdades da Universidade de Coimbra, no sentido de elucidar os alunos sobre as escolhas de cursos.

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