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Cabo Delgado, moçambique

​De barco, avião e helicóptero. Milhares fogem de Palma e autoridades procuram por infiltrados

01 abr, 2021 - 13:26 • Maria João Costa , Cristina Nascimento

Organização não governamental no terreno relatam a presença de muitas pessoas junto ao aeroporto e ao porto à espera de saber notícias dos seus familiares.

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Terrorismo em Moçambique. O que se passa em Cabo Delgado?
Terrorismo em Moçambique. O que se passa em Cabo Delgado?

As autoridades moçambicanas estão estão em Pemba a monitorizar o desembarque de um navio com mais de mil pessoas a bordo que fugiram da região de Palma, em Cabo Delgado.

Teme-se que a bordo entre a população em fuga possa haver alguns insurgentes. A operação está a decorrer agora, explica à Renascença Carlos Almeida da HELPO, uma organização não governamental que está no terreno.

“O número de pessoas que estão a chegar de Palma a Pemba, capital da província de Cabo Delgado, não pára de aumentar. Ao final da tarde de ontem chegou um navio com mais de mil pessoas a bordo”, descreve.

Carlos Almeida refere que, “por razões de segurança, passaram a noite ao largo do porto de Pemba” e que só depois do “nascer do sol, de uma forma muito organizada e metódica conseguir tirar as pessoas e fazer um forte rastreio de segurança”.

“Há um receio grande por parte das autoridades moçambicanas que, no meio destes deslocados, venham insurgentes infiltrados e esse trabalho está a ser feito de uma forma muito cuidada”, explica.

Pemba, em Cabo Delgado tem sido um dos portos seguros para os que fogem da violência, assegura Carlos Almeida.

“Sobretudo a Mueda continuam a chegar muitas pessoas, por via terrestre, fazem esse caminho a pé, são 180 quilómetros. Por outro lado, também há notícia de aviões e helicópteros que continuam a fazer essa viagem e a trazer algumas pessoas para porto seguro”, diz.

Carlos Almeida diz que o cenário que presenciou ontem, volto a vê-lo esta quinta-feira: “muitas famílias que estão no aeroporto e junto ao porto de Pemba pura e simplesmente à espera de notícias dos familiares que desde a data do ataque não têm conseguido comunicar”.

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