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Tiago Rodrigues dirige Isabelle Huppert em estreia no Festival d’Avignon

25 mar, 2021 - 18:14 • Maria João Costa

“O Cerejal”, de Tchekhov estreia a 5 de julho. O espetáculo é coproduzido pelo Teatro Nacional D. Maria II. O elenco, francês e português, é composto por 12 atores e dois músicos.

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É o mais destacado festival francês de teatro, e pela segunda vez, Tiago Rodrigues estreia uma peça encenada por si, no Festival d’Avignon, em França. “O Cerejal” de Anton Tchekhov vai subir ao palco a 5 de julho com um elenco de atores e músicos portugueses e franceses. A peça é protagonizada pela atriz francesa Isabelle Huppert.

Em entrevista à Lusa, o diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, considerou "um grande privilégio" dirigir Isabelle Huppert. O espetáculo que será apresentado no âmbito da edição 75 de Avignon contará também com a atriz portuguesa Isabel Abreu, e os músicos dos Clã, Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo.

O palco escolhido para apresentar a peça será o Cour d’Honneur do Palais des Papes, “um dos históricos e mais importantes espaços do Festival”, diz o D.Maria II em comunicado. “O Cerejal” será mais tarde, também apresentado em Lisboa, na Sala Garrett do Nacional em dezembro, integrado na Temporada 2021-2022.

A última vez que Isabelle Huppert subiu a um palco português foi em 2019, no âmbito do Festival de Teatro de Almada, quando no Centro Cultural de Belém protagonizou a peça “Mary Said What She Said”, encenada por Bob Wilson. A estreia de “O Cerejal” em Portugal coincidirá também com o início da digressão europeia, que se prolongará por 2022.

O encenador e dramaturgo, Tiago Rodrigues que já em 2017 estreou em Avignon a peça “Sopro”, e que em 2015 levou “António e Cleópatra” aos palcos daquele festival francês, refere que “O Cerejal” é uma peça “sobre a mudança”.

No comunicado do D. Maria II podem ler-se as palavras de Tiago Rodrigues que afirma: “Sempre olhei para a última peça de Tchékhov como uma obra sobre o fim das coisas, a morte, a despedida. Estava enganado. Hoje, estou certo de que é uma peça sobre a mudança.”

Segundo o encenador, “montar O Cerejal é falar do que acontece pela primeira vez. É falar de um tempo em que ocorre uma mutação social ainda invisível, mas profunda, um tempo vivido por personagens que não perceberam ainda que, o que lhes parece excecional, é apenas a nova normalidade”

Para Tiago Rodrigues “montar O Cerejal é falar de mulheres e homens que pensam e vivem coisas que nunca foram vividas por ninguém antes. É sobre um tempo histórico inédito. É sobre as dores e as esperanças de um mundo novo que ainda ninguém compreende inteiramente. É sobre nós.”, acrescenta.

“O Cerejal”, produzido pelo Festival d’Avignon será interpretado em francês. Em palco estarão Adama Diop, Alex Descas, Alison Valence, David Geselson, Gregoire Monsaingeon, Isabel Abreu, Isabelle Huppert, Marcel Bozonnet, Nadim Ahmed, Océane Cairaty, Suzanne Aubert e Tom Adjibi, e os músicos Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves que são autores da música do espetáculo.

A cenografia é assinada por Fernando Ribeiro, os figurinos são de José António Tenente, a luz de Nuno Meira e sonoplastia de Pedro Costa.

“O Cerejal” é uma peça apresentada em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II, Odéon-Théâtre de l’Europe, Théâtre National Populaire de Villeurbanne, Comédie de Genève, La Coursive, scène nationale de la Rochelle, Wiener Festwochen, Comédie de Clermont Ferrand, Théâtre de Liège, National Taichung Theater, Teatro di Napoli – Teatro Nazionale e Fondazione Campania Dei Festival – Compania Teatro Festival.

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