18 mar, 2021 - 18:20 • Henrique Cunha
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O Brasil representa “o maior risco para o planeta” ao nível da difusão da Covid-19. A afirmação é do padre português Alfredo Gonçalves, radicado há mais de 50 anos no país.
Numa semana em que a média diária de vítimas mortais se aproximou das 3.000 e com quase 300 mil óbitos desde o início da pandemia, o sacerdote considera, em declarações à Renascença, que a imagem do Brasil para a opinião pública global é a de um país transformado num “verdadeiro cemitério” ou num “laboratório de variantes que podem espalhar-se pelo mundo inteiro”.
O padre Alfredo Gonçalves, que é também assessor para a Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Brasileira, revela, ainda, que os principais analistas do país antecipam a possibilidade de várias nações se fecharem ao Brasil, por força da evolução da pandemia.
Acresce, por outro lado, que o país enfrenta o colapso do sistema de saúde, com as unidades de cuidados intensivos a receber uma vaga interminável de doentes infetados com o novo coronavírus e com metade dos internamentos por Covid em pessoas com menos de 50 anos.
Nesta altura, menos de 2% da população brasileira está vacinada contra o SARS-CoV-2 e as negociações entre o governo de Jair Bolsonaro e as principais farmacêuticas tem sido difícil, o que está a levar a uma escassez de doses.
Situação que está a ter influência na popularidade do presidente que, inclusivamente, já está atrás de Lula da Silva nas intenções de voto.