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André Silva anuncia saída da liderança do PAN e do parlamento em junho

14 mar, 2021 - 18:48 • Redação

Ainda líder e deputado do PAN explica a decisão com necessidade de priorizar a vida familiar e com a crença de que ninguém se deve eternizar em cargos políticos. "O trabalho que fizemos deixa-me profundamente orgulhoso", sublinha.

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André Silva anunciou, este domingo, que deixará a liderança do PAN e o cargo de deputado em junho, ocasião do próximo congresso do partido.

"Volvidos vários anos de intenso trabalho e de uma magnífica experiência cívica e pessoal, decidi não me recandidatar aos órgãos nacionais do partido", escreveu o deputado, em carta aos filiados do Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza, partilhada no Facebook.

André Silva explica a decisão com a necessidade de equilibrar a vida familiar com a vida profissional, e com uma ideologia política.

"Chegou a hora de mudar. Tendo sido pai há 5 meses, considero que devo apanhar o comboio da paternidade para materializar valores que considero essenciais nas esferas privada e pública. Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos", sustenta.

Por isso, o ainda líder do PAN decidiu não se recandidatar a um novo mandato na Comissão Política Nacional, "deixando todos os cargos de direção partidária". Resolveu também "renunciar ao mandato de deputado à Assembleia da República", com efeito na data de realização do congresso do partido em junho, "cumprindo assim meia legislatura e fechando um ciclo pessoal e da vida do partido".

Da criação à afirmação como protagonista político


André Silva detalha como, quando começou a aventura no PAN, o partido era "pouco conhecido" e tinha como principais objetivos "a afirmação no espectro político-partidário nacional, a colocação dos direitos dos animais e do combate à crise climática como prioridades do debate político, e a afirmação dos direitos sociais das pessoas fora dos arcaicos preconceitos do divisionismo esquerda/direita".

"Abracei, de corpo e alma, estes desafios porque acreditava que a mudança era possível. Após sete anos como porta-voz do partido, continuo a acreditar nessa mudança e na capacidade única deste colectivo partidário para a afirmar. O trabalho que fizemos deixa-me profundamente orgulhoso", salienta.

Com André Silva ao comando, o PAN conseguiu trazer à mesa de debates temas que, "por desinteresse ou falta de coragem, eram totalmente ignorados pelos outros partidos". "Conseguimos marcar a agenda política e forçar o país a debater assuntos incómodos e controversos", para além da natureza e dos animais, acrescenta.

Saída do líder não deve abalar confiança no PAN


André Silva salienta que o PAN é atualmente "a sexta força política nacional", um partido "com identidade e notoriedade".

"Regressarei à minha condição de filiado de base e continuarei a dar a este nosso colectivo partidário o contributo que estiver ao meu alcance e que entender ser desejável e relevante ao partido e à sociedade", escreve o ainda deputado e líder do partido.

André Silva considera que o PAN continua a ter "todas as condições para continuar a afirmar-se como um partido diferenciador, autónomo, moderno, progressista e que não se deixa resgatar pela dicotomia simplista e redutora de esquerda/direita".

"As causas do PAN são transversais a toda a sociedade e são maiores do que qualquer gaveta ideológica e do que qualquer pessoa!", conclui.

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