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Religião: Marcelo diz que é preciso "tudo fazer" para "defender a liberdade"

09 mar, 2021 - 18:13 • Lusa

Presidente da República falava numa cerimónia com líderes e representantes de várias confissões religiosas.

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O Presidente da República disse hoje, no Porto e numa cerimónia com líderes e representantes de várias confissões religiosas, que é preciso "tudo fazer" para "defender a liberdade", num tempo em que "é tão sedutor encontrar bodes expiatórios".

"Apelo para que, em salutar diálogo e convergência de propósitos, tudo façamos para defender a liberdade, a tolerância e a compreensão mútua, num tempo em que é tão sedutor dividir e catalogar, encontrar bodes expiatórios, acusar sem fundamento, marginalizar sem humanidade", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, que tomou hoje posse para um segundo mandato depois de ter vencido as eleições presidenciais que de 24 de janeiro, falava na Câmara Municipal do Porto, onde presidiu a uma a cerimónia ecuménica que contou com a participação de representantes de mais de uma dúzia de confissões religiosas presentes em Portugal.

"Portugal agradece o vosso contributo ao longo de um ano de pandemia. [O contributo] dado a milhares e milhares de Portugal. Portugal pede-vos um novo contributo por palavras e por obras para a pacificação dos espíritos, a aceitação do diferente, a aceitação do diverso, a aceitação do estranho", disse o Presidente da República que antes da cerimónia reuniu com o presidente da autarquia do Porto, o independente Rui Moreira, numa sessão à porta fechada que durou cerca de uma hora.

Já no exterior, perante os vários representantes religiosos e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa começou por agradecer a receção no Porto de Rui Moreira, apontando que "Portugal está presente no Porto através do Presidente da República portuguesa, assinalando a história, cultura, e força do Porto e das suas gentes".

Num discurso marcado por duas palavras-chave, "gratidão" e "apelo", o chefe de Estado recordou que há cinco anos fez em Lisboa uma sessão semelhante com vários credos religiosos e que agora repetia o "singelo encontro" como "um sinal dado aos portugueses daquilo que os deve unir, o respeito da liberdade e portanto da diversidade".

"É no pluralismo que caracteriza uma sociedade de livre, uma sociedade aberta, uma sociedade democrática, que é consagrada e floresce a liberdades religiosa, que são consagradas e florescem todas as liberdades, todos os direitos fundamentais", disse.

"[Este é] um sinal dado não em Lisboa, mas no Porto, coração da luta pela liberdade há 200 anos para que entenda bem que o espírito ecuménico, o espírito da abertura, o espírito da tolerância, o espírito do respeito dos demais, é um espírito nacional e deve ser nacional. A todos importa sem exceção porque importa a Portugal e aos Portugueses", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para agradecer aos representantes das várias religiões o que "Portugal lhes deve na educação, na saúde, na solidariedade social, na resistência às crises, no combate à pandemia", sublinhando que "este ano doloroso para todos os portugueses, seria outro sem o contributo", destes.

O programa de tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa teve início esta manhã com uma cerimónia na Assembleia da República, à qual se seguiu a deposição de coroas de flores nos túmulos de Luís de Camões e Vasco da Gama, no Mosteiro dos Jerónimos, entre outros momentos.

A segunda parte do programa de tomada de posse estava reservada para a cidade do Porto, onde o chefe de Estado chegou cerca das 13:45 e foi surpreendido por uma manifestação de trabalhadores da Groundforce no aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Já aos Paços do Concelho, na Avenida dos Aliados, Marcelo Rebelo de Sousa chegou às 14:30, tendo sido recebido pelo presidente da câmara com o qual entrou no edifício, mas não sem antes acenar as poucas pessoas que o aguardavam à porta.

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