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Guiné Equatorial pede ajuda a Portugal após explosões

08 mar, 2021 - 17:47 • Lusa

Em resposta à agência Lusa, o MNE disse que apoio à Guiné Equatorial está a ser coordenado com a ONU e a União Europeia.

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O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa disse ter pedido oficialmente esta segunda-feira ajuda de emergência a Portugal e aos restantes membros da CPLP na sequência das explosões de domingo em Bata, que causaram dezenas de mortos e centenas de feridos.

"Formalizei esta manhã o pedido de ajuda ao secretário-executivo e a todos os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP]. Formalizei também o pedido de ajuda a Portugal, tanto ao nível da Presidência da República, como do Governo", disse Tito Mba Ada à agência Lusa.

O Governo português já disse que o apoio à Guiné Equatorial "será equacionado" em coordenação com as Nações Unidas e a União Europeia.

De acordo com a mesma informação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem "estado a acompanhar a evolução da situação" na Guiné Equatorial, através missão diplomática portuguesa em Malabo, para obter mais informações, "designadamente sobre as necessidades no terreno" após a explosão ocorrida ontem em Bata.

Várias explosões nos depósitos de armamento de um quartel na cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, destruíram quase totalmente as casas e edifícios num raio de cerca de mais de dois quilómetros.

Os números oficiais provisórios apontam que 31 pessoas morreram nos hospitais e entre 500 e 600 terão ficado feridas, embora haja discrepâncias nos números, mesmo dentro do próprio Governo da Guiné Equatorial.

Na sequência das explosões, consideradas acidentais, o chefe de Estado, Teodoro Obiang, lançou um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné Equatorial, numa altura em que o país vive uma crise sanitária devido à pandemia de covid-19 e uma crise económica por causa da quebra dos preços do petróleo.

O embaixador Tito Mba Ada disse que "neste momento de tristeza", a Guiné Equatorial precisa de ajuda da comunidade lusófona, nomeadamente dos países que têm experiência em gestão de crises. "Neste momento tudo serve. Pode ser ajuda humanitária, equipas médicas, pessoal, alimentação, material médico - porque há muita gente ferida - medicamentos, material logístico, apoio psicológico", disse o embaixador, acrescentando que é também preciso evitar a propagação de doenças entre as populações que ficaram desalojadas.

O embaixador admitiu dificuldades em definir com precisão o tipo de ajuda necessária, adiantando que o "tudo é necessário e todo o apoio será bem-vindo". "Agradecemos qualquer apoio dos países irmãos e, por isso, contactei já com todos os países e com a comunidade empresarial para ver se entre todos podemos conseguir já uma ajuda pontual e depois uma mais planificada", disse.

Tito Mba Ada descreveu à agência Lusa "um cenário de filme de guerra" no local e nas imediações do quartel onde aconteceram as explosões, adiantando que entre os feridos há amputados e muitas crianças traumatizadas.

Explicou que os feridos ligeiros começaram a ter alta dos hospitais e que decorrem os trabalhos para retirar possíveis vítimas debaixo dos escombros, de onde hoje de manhã, segundo disse, foram já retirados seis cadáveres.

De acordo com o vice-ministro da Saúde, Dámaso Mitoha Ondo'o, permanecem internadas mais de 220 pessoas.

Antiga colónia espanhola, a Guiné Equatorial aderiu à CPLP em 2014.

A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola, Arancha González Laya, disse esta segunda-feira através de uma mensagem publicada na sua conta do Twitter, que Espanha "procederá ao envio imediato de ajuda humanitária".

O Presidente, Teodoro Obiang Nguema, que governa este país da África Central há quase 42 anos, acusou agricultores das redondezas de terem permitido a propagação para o quartel de queimadas mal controladas, considerando que os soldados que estavam a guardar o arsenal foram "negligentes".

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