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Autárquicas

PCP descarta aliança de esquerda em Lisboa e admite nova aposta em João Ferreira

04 mar, 2021 - 18:35 • Redação com Lusa

Jerónimo de Sousa garante que coligação entre PSD e CDS em Lisboa não altera estratégia comunista para as autárquicas.

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O secretário-geral do PCP recusa um acordo à esquerda nas autárquicas para a câmara de Lisboa, em resposta à aliança de direita, e admite que João Ferreira repita a candidatura pela CDU.

Questionado, esta quinta-feira, sobre se a aliança à direita, liderada pelo ex-comissário europeu Carlos Moedas, com PSD e CDS, iria alterar a estratégia dos comunistas, Jerónimo de Sousa afirmou que a coligação PCP-PEV já decidiu concorrer "tanto em Lisboa como no resto do país".

"Não alterou a estratégia. Não é o número que assusta", afirmou o líder comunista aos jornalistas, à margem de um encontro com a Federação do Táxi, em Lisboa.

Com um sorriso e ironia, afirmou que "são muitos os sucedâneos do PSD e do CDS que andam aí em órbita e andam a formar essa grande coligação".

O PCP já concorreu em aliança com o PS e outros partidos de esquerda à câmara de Lisboa nas autárquicas de 1989, que deram a vitória a Jorge Sampaio, reeditando-a nos anos seguintes.

João Ferreira é hipótese em Lisboa


O nome do candidato da CDU será "decidido brevemente". Questionado sobre o cenário de uma recandidatura de João Ferreira, eurodeputado e vereador do PCP em Lisboa, Jerónimo de Sousa comentou como "quase opinião pessoal".

"Daria um excelente candidato, como deu um excelente vereador", afirmou.

João Ferreira foi, sucessivamente, cabeça de lista às europeias em 2014 e 2019, candidato à câmara de Lisboa em 2017 e candidato apoiado pelo partido nas presidenciais de janeiro.

De resto, "quem decidirá são os eleitores". O secretário-geral do PCP disse estar "confiante que a CDU vai conseguir afirmar as suas posições e reforçar os seus mandatos" nas autárquicas que, a manter-se o calendário, deverão realizar-se em outubro.

Jerónimo pede apoios para taxistas


Na reunião com a Federação do Táxi, o PCP defendeu medidas de apoio ao setor e anunciou dois projetos de resolução, que não são projetos de lei, com recomendações ao Governo.

Carlos Ramos, da federação, afirmou aos jornalistas que foram comunicados ao PCP os problemas do setor que “se agravaram com a pandemia” e já vinham de antes, “com a concorrência desleal” das plataformas, como a Uber.

No mesmo sentido, Jerónimo de Sousa manifestou a preocupação do partido com os problemas e criticou o Governo, por ausência de resposta ou de “veto de gaveta” de medidas “já consensualizadas” num grupo de trabalho sobre o setor, não dar as respostas necessárias.

“Há centenas de táxis encontrados, que já não circulam porque são só despesas acumuladas”, exemplificou.

Os comunistas defendem que devem ser encontradas soluções para serem dadas ajudas às micro, pequenas e médias empresas (MPME), tendo em conta também “a especificidade” destes empresários.

O objetivo é que “este setor resista e não vá engrossar a situação dramática de muitas micro, pequenas e médias empresas” do país devido à crise causada pela pandemia.

Entre as medidas urgentes que propõe nos projetos de resolução, o PCP propõe uma “avaliação sobre o real acesso do sector ao conjunto de medidas adotadas para apoiar a solvência das empresas e garantir os rendimentos dos trabalhadores”, adotar um “sistema mais justo para a limitação do número de passageiros durante os confinamentos” e ainda “estender o prazo limite para o depósito de licenças sem o risco de perda”.

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