04 mar, 2021 - 12:31 • Beatriz Lopes
Um lar ilegal em Riachos, no concelho de Torres Novas, escondeu a morte de uma utente de 90 anos à família.
De acordo com o Correio da Manhã, os familiares deslocaram-se ao lar, na noite de terça-feira, com a intenção de mudar a idosa para outra instituição, no Entroncamento, mas foram impedidos pela proprietária de entrar. A GNR foi chamada ao local, que acabou por encontrar o cadáver numa cama, tapada por um lençol e em rigidez cadavérica.
À Renascença, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, garante que não tinha conhecimento da existência deste lar e que soube do caso através das autoridades.
"Soubemos através da GNR que o cadáver foi encontrado em rigidez cadavérica, o que pressupõe que já tinha falecido há algumas horas. Não sabia da existência deste lar e, estranhamente, no bairro onde se localiza esta instituição, o bairro Sopovo, muito popular, a vizinhança não sabia que era uma casa de acolhimento".
O autarca de Torres Novas avança ainda à Renascença que, nesta quarta-feira, uma outra utente de 92 anos, acabou por morrer no mesmo lar "na sequência de uma paragem cardíaca", não havendo para já "mais pormenores clínicos " e que a prioridade agora é encontrar uma solução para as restantes duas utentes que permaneciam no lar que "por precaução" foram levadas para o hospital.
"As duas idosas sobreviventes, ambas de 80 anos, encontravam-se aparentemente bem, mas decidimos em colaboração com o Centro Hospitalar do Médio Tejo, interná-las por um ou dois dias para fazerem exames, para perceber se estão bem nutridas e, entretanto, a Segurança Social em contacto com as famílias encontrará uma solução para estas duas idosas".
Em resposta à Renascença, o Instituto da Segurança Social faz saber que soube deste caso através das autoridades e que já esta quinta-feira foi mobilizada para o local uma equipa do Departamento de Fiscalização para "proceder ao apuramento de todos os factos e determinar as medidas que se revelem necessárias", conclui.
A proprietária do lar ilegal é uma mulher de 40 anos e pode vir a ser acusada de vários crimes, por negligência ou omissão.