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Taça de Portugal

Cândido Costa diz que FC Porto foi superior ao Braga "11 para 11", mas não há favoritos

03 mar, 2021 - 12:47 • Luís Aresta

Antigo jogador de ambos os clubes é contra o descontrolo emocional, contudo, lembra que há grande pressão adjacente à segunda mão da meia-final da Taça: "Não me agrada olhar para um jogo de futebol e parecer que estou a ver ópera."

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Cândido Costa considera que, apesar da ligeira vantagem dos portistas, não há favoritos para o jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal entre FC Porto e Sporting de Braga, no Estádio do Dragão.

Em entrevista a Bola Branca, o antigo jogador de ambos os clubes aponta que, após dois jogos consecutivos entre dragões e guerreiros, "ainda que com muitas peripécias, a nota dominante é que o Porto foi superior 11 para 11, mas o Braga tem as suas forças e as suas capacidades".

"O Braga pode reclamar também o desejo de ganhar ao FC Porto. São duas grandes equipas, com algumas diferenças mas ambas defendem uma ideia de jogo muito positivo, com intérpretes diferentes. Duas grandes equipas portuguesas, qualquer uma pode ganhar à outra", assinala.

Há jogadores em dúvida nos dois lados: Pepe e Sérgio Oliveira no FC Porto, e Raúl Silva, Sequeira e Sporar no Braga. Na opinião de Cândido Costa, os treinadores dispõem de alternativas capazes, apesar dos condicionalismos que as possíveis ausências podem causar.

"Sérgio Oliveira e Pepe são de capital importância, são habituais titulares, mas num plantel do FC Porto aplica-se a velha máxima: 'os jogadores não são contratados pela cor dos seus olhos'. Tem forçosamente de não ser desculpa, apesar de serem jogadores de grande qualidade, por isso é que são titulares. O Braga igual, tem um plantel muito equilibrado e de grande qualidade. Não será por aí que o espetáculo será afetado", defende.

Gerir as emoções num grande jogo


Na primeira mão, o FC Porto terminou o jogo reduzido a nove jogadores, por expulsões de Luis Díaz e Uribe. Fransérgio, do Braga, foi expulso já aos 112 minutos. Sérgio Conceição disse a Carlos Carvalhal que a sua equipa teria goleado com 11 jogadores em campo.

Nas conferências de imprensa de antevisão da segunda mão, assistiu-se a mútuos elogios entre os treinadores quanto ao futebol praticado. Cândido Costa vê aqui um bom sinal, contudo, faz notar que a tensão está subjacente aos jogos em alta competição:

"Eu não sou apologista de que as pessoas percam o controlo emocional, mas também não me agrada olhar para um jogo de futebol e parecer que estou a ver ópera. Espero que haja intervenientes que sintam, que queiram muito vencer e que isso às vezes resvale um bocadinho para algumas situações que não vêm no livro das boas práticas do futebol."

Cândido Costa assinala que "o vernáculo faz parte do jogo" e que a emoção apimenta o espetáculo "desde que dentro dos limites".

"Eu disse e ouvi tanta coisa que naqueles momentos me pareceu tão má e tão feia, mas os elogios são grandes, o reconhecimento da qualidade está lá. Não é fácil gerir as expectativas, não vou muito para o território de levar para o campo pessoal do caráter das pessoas. Nós muitas vezes nas nossas áreas profissionais, muito menos pressionados e expostos, temos comportamentos de que não nos orgulhamos", aponta.

Estão, assim, reunidos quase todos os ingredientes para que o Porto-Braga seja um grande espetáculo: "Bom árbitro na partida, ambição ao máximo, duas equipas com apanágio de marcar presença em finais, grandes treinadores. Só falta mesmo o público e aquela envolvência muito característica desses jogos, mas isso aí não há nada a fazer."

O FC Porto-Braga, da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, está marcado para as 20h15, no Estádio do Dragão. Relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.

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