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Covid-19. Quase um ano depois, Francisco atribui a “sistema imunitário forte” a superação da doença

02 mar, 2021 - 10:51 • Olímpia Mairos

Esteve com respiração assistida durante seis dias. Hoje está a trabalhar e a fazer uma vida normal.

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Quase um ano depois de ter contraído Covid-19, Francisco Lopes da Fonseca, de 43 anos, acredita que foi o seu “sistema imunitário forte” que o ajudou a superar a doença.

Francisco desconfia que o contágio se deu durante um jantar de amigos, antes de ter sido conhecido o primeiro caso do novo coronavírus em Portugal.

O diagnóstico chegou no dia 12 de março, mas os sintomas, como febre e dores musculares, começaram antes.

Ao chegar ao Hospital Curry Cabral (o hospital de referência nessa altura para casos de Covid-19), Francisco já sentia algumas dificuldades respiratórias. Resolveu encarar o problema “de frente”, mas confessa que teve “algumas dúvidas”, até porque desconhecia que “ia ser tão duro, pelo menos naquela fase inicial”. Ainda assim, afirma na Renascença que não ficou assustado, porque costuma encarar as adversidades de uma forma positiva.

À conversa n'As Três da Manhã, Francisco Fonseca diz que não experimentou o preconceito de outras pessoas por estar positivo, mas não esquece “o receio” que viu “no médico que teve que lhe comunicar que tinha Covid-19".

“Ele ficou de todas as cores e mais alguma, levantou-se da cadeira, foi-se embora e esteve, não sei quanto tempo, sem aparecer e quando voltou vinha equipadíssimo”, conta.

Sem indícios de problemas do foro cardíaco ou respiratório, a Covid-19 levou-o aos cuidados intensivos. E foi aí que percebeu a “gravidade da situação”.

“Entraram no quarto com uma máquina para me entubarem. Entraram três auxiliares de saúde, enfermeiros, não sei bem... Tinham uns fatos diferentes de todos os outros eram brancos com umas riscas encarnadas e traziam uma máquina ao ombro, assim, tipo aqueles rádios dos anos 80 que algumas pessoas levavam ao ombro para as praias, mais nos EUA do que em Portugal, mas traziam assim uma máquina portátil e disseram: nós viemos para o entubar. E foi nesse momento que eu senti que a coisa pudesse ser mais grave”, recorda.

Uma recuperação exigente

Durante seis dias, Francisco Lopes da Fonseca esteve com respiração assistida (com ventilador) nos cuidados intensivos, devido a uma pneumonia que, entretanto, se desenvolveu. A alta chegou no dia 29 de março. A recuperação, diz, foi exigente.

“Estive um mês no hospital. A seguir ao coma, foram mais três semanas. E depois ainda voltei para casa positivo, porque as camas estavam todas cheias e eu quis dar o meu lugar e disseram que, como eu estava perto do hospital, bastava um telefonema. Mas o principal veio depois disso, veio toda a parte da reabilitação física, psicológica e eu aí tive determinação”, conta.

Quase um ano depois, Francisco já se encontra a trabalhar no escritório e a fazer uma vida perfeitamente normal.

Como lição de vida: Francisco diz que é necessário “estar sempre preparados para dar o melhor”. E, neste caso, considera que é fundamental “ter o sistema imunitário sempre impecável”.

“Na altura foi preponderante essa questão, até porque eu lembro-me que fui a primeira pessoa a sair dos cuidados intensivos com vida. E, se não fosse por ter um sistema imunitário forte, provavelmente não estaria cá para contar esta história, porque, na altura, uma das coisas que acontecia muito é que, quando ventilavam as pessoas, os órgãos estouravam, porque era tal a força que punham no ventilador que as pessoas não aguentavam”, conclui.

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