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António Costa: "As tragédias repetem-se quando os seres humanos repetem os erros"

02 mar, 2021 - 14:31 • Susana Madureira Martins , com redação

Primeiro-ministro apela aos portugueses que mantenham o rigor na fase de confinamento para continuar a travar a Covid-19. "Não podemos repetir o que aconteceu no trágico mês de janeiro", diz António Costa no dia em que passa um ano sobre os primeiros casos da doença em Portugal.

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O primeiro-ministro apela ao sentido cívico dos portugueses e que se mantenha o rigor do confinamento, no dia em que passa um ano sobre a deteção dos primeiros casos de Covid-19 em Portugal.

António Costa falava aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Sem apontar um calendário para desconfinar, avisa que não é possível repetir o que aconteceu na primeira vaga.

"Eu apelo ao sentido cívico de todos, para que mantenhamos com enorme rigor este confinamento”, declarou o primeiro-ministro.

António Costa diz saber que o cansaço dos portugueses com o confinamento “se vai acumulando” e que “as necessidades vão aumentando, o risco de perda de emprego e de distribuição de empresas também vão aumentando”.

“Mas há uma coisa que nós sabemos: nós não podemos repetir o que aconteceu na primeira vaga, não podemos repetir o que aconteceu na segunda vaga e muito menos podemos repetir o que aconteceu neste trágico mês de janeiro. E não podemos esquecer - é fundamental termos na memória - o que aconteceu porque a ideia de que as tragédias não se repetem é uma ideia falsa. As tragédias repetem-se quando os seres humanos repetem os erros que produzem essas tragédias", sublinhou.

A ministra da Saúde disse que os portugueses não podem abandonar a "cautela e as precauções".

Marta Temido deixou uma palavra de agradecimento e respeito pelos profissionais de saúde e de serviços essenciais, no dia em que passa um ano sobre os primeiros casos de Covid-19 em Portugal.

Portugal regista esta terça-feira mais 38 mortes e 691 casos de Covid-19, indica o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) no dia em que passa um ano sobre a deteção das primeira infeções no país.


O número de internados nos hospitais portugueses desce abaixo dos dois mil, num total de 1.997. São menos 170 pessoas internadas em 24 horas.

Em unidades de cuidados intensivos há esta terça-feira 446 pessoas internadas, uma descida de 23 pacientes no espaço de um dia.

Desde a chegada da pandemia a Portugal, há precisamente um ano, estão confirmados 16.389 óbitos e 805.647 casos do novo coronavírus, indica a DGS.

Em entrevista à Renascença, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considera que ainda não é tempo de aliviar medidas.

"Não devemos falar de expectativas de desconfinamento", defende Eduardo Cabrita, argumentando que os números da pandemia não garantem que o problema chegou ao fim.

Também em entrevista à Renascença no dia em que passa um ano sobre os primeiros casos em Portugal, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes afirma que o problema da pandemia de Covid-19 pode estar resolvido até ao final do ano, mas Portugal não está livre de uma nova vaga se voltar a cometer os mesmos erros.

O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa considera que o país falhou em outubro e que não pode repetir erros. Agora, está na altura de pensar em desconfinar gradualmente, sem ter medo de dar passos atrás se a situação piorar.

Um ano de Covid-19 em Portugal

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