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Gouveia e Melo. Adiar segunda dose permite vacinar mais 200 mil pessoas até fim de março

24 fev, 2021 - 11:27 • Paula Caeiro Varela com redação

O coordenador da "task force" lembra que 70% de proteção é melhor que 0% para um período alargado.

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O coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19, que está a ser ouvido a pedido do PSD na comissão parlamentar de Saúde, defendeu o adiamento da toma da segunda dose para permitir a vacinação de mais 200 mil pessoas até ao fim de março.

“Está a ser estudado, a meu pedido, pela Direção-Geral da Saúde e pelo Infarmed, se podemos alargar este período por duas semanas, de forma a conseguirmos antecipar a vacinação a cerca de 200 mil pessoas. Reforçar a vacinação uma ou duas semanas mais tarde praticamente não vai fazer grande variação no processo de defesa da pessoa que já foi vacinada com a primeira dose”, admitiu o vice-almirante Gouveia e Melo.

Nesta audição sublinhou que “deve ser privilegiada a antecipação da vacinação por diversos motivos”, entre os quais a meta da União Europeia de ter 80% da população com mais de 80 anos vacinada até ao fim do primeiro trimestre.

“É um princípio bom: 70% de proteção é melhor do que 0% de proteção para 200 mil pessoas durante um período alargado”, sublinhou, assumindo a incerteza atual na concretização destes números: “É uma preocupação, não tenho a certeza de que vamos conseguir atingir o objetivo face ao número de vacinas que temos”.

O deputado Ricardo Baptista Leite, do PSD, quis saber se face aos constrangimentos de disponibilidade de não faria sentido reverter a decisão de não comprar 800 mil doses da vacina da Moderna, a que Portugal tem contratualmente direito. Henrique Gouveia e Melo responde que dispensar vacinas nesta fase não faz sentido. “É uma questão que está a se negociada com o Infarmed. Mas os pedidos que faço, como coordenador, é que todas as vacinas que possam chegar, neste período face às incertezas, são válidas e importantes.”

Se as previsões de entrega de vacinas se confirmarem, a partir de abril haverá postos de vacinação rápidos e, se necessário, poderão recorrer às farmácias. “O sistema de saúde comportará entre 40 a 70 mil vacinas dia – este último valor em esforço – mas nós temos que estender a 100 mil vacinas dia, num prazo relativamente curto.”

Henrique Gouveia e Melo deu ainda nota dos prazos previstos de entrega de vacinas até ao final do ano. Aproveitou para repetir que “se” os prazos se cumprirem é possível atingir 70% da população, em primeiras doses, até ao início de agosto.

O Presidente da República termina, esta quarta-feira, mais uma ronda de audiências com os partidos políticos sobre a renovação do estado de emergência para conter a pandemia. Na quinta-feira, o parlamento reúne-se em plenário para debater e aprovar a provável renovação do estado de emergência, que terá efeitos entre 2 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de Covid-19.

O atual período termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março.

Em Portugal, já morreram mais de 16 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 798 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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  • Cidadao
    24 fev, 2021 Lisboa 11:50
    Em vez de invocarem a legislação que permite a quebra legal de patentes em caso de emergência sanitária, e porem todos os laboratórios da Europa a produzir vacinas, acobardam-se à AstraZeneca e não só, correm atrás das estatísticas e para tudo ficar bem no papel e dizerem que "a vacinação é um exito" poem-se a inventar, e qualquer dia as doses são soro fisiológico com 6 meses de intervalo entre tomas. Não passamos de cobaias.

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