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Marcelo "não tenciona alterar nada" no decreto do novo estado de emergência

23 fev, 2021 - 15:09 • Redação

João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República. O deputado defende "urgência em planear a reabertura do ensino presencial", de forma gradual, com um plano de testes Covid.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “não tenciona alterar seja o que for no decreto do estado de emergência”, avança João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal.

O deputado falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, que começou esta terça-feira a ouvir os partidos com assento parlamentar sobre a renovação do estado de emergência por mais duas semanas, até meio de março.

A Iniciativa Liberal vai votar contra um decreto que não muda nada nem dá sinais para um início do desconfinamento, nomeadamente nas escolas nem massificação dos testes para a Covid-19, afirma João Cotrim Figueiredo.

"O facto de o senhor Presidente da República também não sentir que haja nem dados no Infarmed nem, ao contrário ao que é habitual, haver feedback por parte do Governo para introduzir coisas novas ou retiras coisas do decreto, dá-nos a entender que anda tudo aqui um bocadinho a tentar adormecer a situação porque já tomaram a decisão política de só desconfinar no final de março", afirma João Cotrim Figueiredo.


O deputado liberal fala numa "irresponsabilidade", porque há "urgência em planear a reabertura do ensino presencial" com um plano de testagem covid para alunos, professores e funcionários.

“Junto ao plano para o ensino presencial tem que estar um plano de testes, porque não se vai abrir as escolas sem testar todos os funcionários e alunos e ter isto sistematicamente feito como prelúdio para o que devia ser um sistema de testes maciço em todo país”, defende.

Cotrim Figueiredo disse que na reunião de há 15 dias, no Infarmed, tinha "tinha ficado agradado com uma aparente inversão de estratégia para massificar os testes", mas aparentemente nada vai mudar na abordagem à pandemia.

“O que é que vimos ontem? Nada. E o que vamos ver no decreto presidencial? Nada. Parece que o país adormeceu, parece que não há urgência. Não se pode gerir uma pandemia deste tipo só a pensar no aspeto sanitário. Vai-nos custar muito caro, por muito tempo e o Governo tem obrigação de mudar esta tendência", sustenta.

João Cotrim Figueiredo defende um regresso gradual ao ensino presencial, a começar pelos primeiros anos, com testes em massa, e considera que cabe ao Governo e aos especialistas definirem uma plano e uma data.

Pedro Simas, Henrique Barros e Pedro Pitta Barros são alguns dos especialistas que, numa carta aberta publicada nesta terça-feira por dois jornais, dizem ser possível conciliar o controlo da pandemia com aulas presenciais, nas escolas.

“Prioridade à escola” é como se chama a missiva – que também é uma petição – que pede a reabertura das escolas, creches e pré-escolar já em março, subscrita por uma centena de personalidades e dirigida ao Governo e ao Presidente da República.

Portugal regista esta terça-feira mais 63 e 1.032 novos casos de Covid-19, avança o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

Há menos 310 pessoas com o novo coronavírus internadas nos hospitais portugueses, num total de 3.012 pacientes, o valor mais baixo desde 2 de janeiro.

Evolução da Covid-19 em Portugal

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  • José J C Cruz Pinto
    23 fev, 2021 ÍLHAVO 15:37
    Pronto, então, para que não se sinta "adormecer" (ele e outros), proponha-se que lhe seja permitido desconfinar por completo - mas só a ele e a todos os que, comprovada e publicamente, se vêm pronunciando contra o confinamento. Se, porém, ficarem infectados ou comprovadamentre infectarem alguém, seja-lhes atribuída toda a responsabilidade pela cobertura do custo do tratamento, preferencialmente em clínica privada da sua livre escolha, ... porque o SNS terá mais que fazer. Estaria bem assim?

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