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Visto de Bruxelas (12/02/2021)

VISTO DE BRUXELAS

UE: a dura tarefa de salvar vidas e economias

12 fev, 2021 • Celso Paiva com Pedro Caeiro


A marcar a semana europeia a assinatura esta manhã em Bruxelas do regulamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência da União Europeia - que constitui a parte central das ajudas da chamada “bazuca” europeia, para relançar a economia dos Estados membros e ultrapassar a crise gerada pela pandemia.

António Costa, em nome da presidência do Conselho da UE, e os presidentes David Sassoli do Parlamento Europu, e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia, esperam agora que os Estados-membros acelerem os passos que ainda faltam para que os apoios comecem a chegar à economia.

Já se sabe que, nesta altura, a recuperação económica e a vacinação generalizada são as duas grandes prioridades da União Europeia. Esta semana, a presidente do Banco Central Europeu esteve no Parlamento Europeu, onde defendeu que o pacote de recuperação da UE pode dar um impulso ao crescimento da economia já este ano. Isso, diz Christine Lagarde, “se tudo acontecer de acordo com o previsto”. António Costa aponta para Abril, a conclusão dos processos internos de cada Estado-membro, no fundo para que o dinheiro possa começar a chegar a cada um deles no segundo semestre.

Christine Lagarde esteve, de resto, no plenário do Parlamento Europeu precisamente na semana em que Bruxelas divulgou as suas previsões de Inverno quanto ao crescimento económico na Europa e nos Estados-membros. Devido às consequências da pandemia, a Comissão Europeia revê em baixa o ritmo da recuperação este ano para a zona euro – e também para Portugal.

Resumidamente, apontam para um crescimento da economia na área do euro de 3,8% tanto em 2021 como em 2022. No que respeita à economia da UE, as previsões apontam para um crescimento de 3,7% este ano e de 3,9% no próximo.

Prevê-se que as economias da área do euro e da UE atinjam os seus níveis de produção anteriores à crise mais cedo do que o antecipado nas Previsões económicas do Outono de 2020, sobretudo graças a um crescimento mais forte do que o previsto no segundo semestre de 2021 e em 2022.

Após um forte crescimento observado no terceiro trimestre do ano passado, a atividade económica registou uma nova contração no quarto trimestre quando uma segunda vaga da pandemia obrigou a novas medidas de contenção, cujos efeitos se prolongam pelo primeiro trimestre deste ano.

Bruxelas espera que o crescimento económico retome na Primavera e intensificar-se no Verão, à medida que os programas de vacinação forem avançando e que as medidas de contenção forem sendo gradualmente aligeiradas. A recuperação deverá também ser apoiada pela melhoria das perspetivas para a economia mundial.

Incerteza está para durar, mas esperança prevalece

Os riscos no que respeita às previsões são mais equilibrados desde o outono, embora continuem a ser elevados. Dependem principalmente da evolução da pandemia e do êxito das campanhas de vacinação.

Ainda assim, foram de esperança as palavras de Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia: “A forte retoma do crescimento prevista para o segundo semestre deste ano demonstra inequivocamente que estamos prestes a superar esta crise. Para resolver questões como a perda de postos de trabalho, o enfraquecimento do sector empresarial e o aumento das desigualdades, será fundamental uma resposta europeia forte. (...) O nosso pacote de recuperação ajudará de forma significativa a impulsionar a recuperação, para a qual contribuirá igualmente a disponibilização das vacinas e uma provável retoma da procura mundial”.

Relação tensa UE-Russia

A marcar a actualidade europeia, continua a tensão entre Bruxelas e Moscovo, sobretudo depois da polémica visita do Alto Representante da Política Externa da União Europeia à capital russa. Num debate com os eurodeputados sobre essa visita, Joseph Borrell manifestou a sua preocupação com as escolhas geoestratégicas de Moscovo e o caminho que as autoridades russas estão a tomar e admitiu a adopção de novas sanções da UE à Rússia.

O chefe da diplomacia dos 27 não se livrou no entanto de muitas críticas, com diversos eurodeputados a pedirem a sua demissão, por ter sido “humilhado” em Moscovo. Em causa, a condenação europeia à forma como o regime de Vladimir Putin tem lidado com a oposição interna – liderada por Alexie Navalny.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus
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