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Exploração espacial

Ingenuity, o helicóptero que a NASA quer pôr a voar em Marte

16 fev, 2021 - 00:50 • Lusa

O Ingenuity pesa 1,8 quilogramas e assemelha-se a um drone. Aparelho segue a bordo da missão Mars 2020 e o objetivo é conseguir voar num ar com uma densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera da Terra.

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Mais de 100 anos depois do primeiro voo motorizado na Terra, a NASA quer provar que é possível fazer um veículo voar noutro planeta, anunciou esta segunda-feira a agência espacial norte-americana.

Transportado a bordo da missão Mars 2020, que chega esta terça-feira ao destino, o pequeno helicóptero Ingenuity deve realizar uma proeza: subir num ar com uma densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera da Terra.

O Ingenuity parece um grande drone. O principal desafio para os engenheiros era torná-lo o mais leve possível, para que seja capaz de subir num ar extremamente leve, pelo que pesa apenas 1,8 kg.

Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, mede 1,2 metros de uma ponta à outra de uma hélice.

As hélices giram a uma velocidade de 2.400 rpm (rotações por minuto), cerca de cinco vezes mais rápido do que um helicóptero normal.

O Ingenuity está equipado com painéis solares para recarregar as suas baterias, sendo grande parte da sua energia utilizada para se manter quente (faz -90°C à noite em Marte), e também pode tirar fotografias e vídeos.

O helicóptero viaja preso à parte inferior da sonda Perseverance rover, o veículo principal da missão. Uma vez em Marte, desprende-se e aterra no chão, e a sonda afasta-se dele.

Está previsto que o Ingenuity realize até cinco voos de dificuldade gradual, durante o período de um mês, logo no início da missão. Pode subir até 5 metros de altura, e mover-se até 300 metros, mas não irá tão longe no primeiro teste, adianta a agência espacial.

Cada voo pode durar o máximo de um minuto e meio, "o que não é pouca coisa em comparação com os 12 segundos" do primeiro voo motorizado na Terra, argumenta a NASA.

Devido ao atraso de transmissão de cerca de 20 minutos entre a Terra e Marte, não há como controlá-lo à distância, por isso voará autonomamente: vai programado com alguns comandos, mas depois terá de se gerir a si mesmo graças a um feixe de sensores que o ajudará a locomover-se.

Os resultados dos voos serão recebidos em Terra muito depois da sua conclusão.

Esta experiência é o que a NASA chama de uma missão de demonstração: não tem outro objetivo científico senão provar que é possível voar em Marte e recolher dados sobre o comportamento de uma nave espacial noutro planeta.

No futuro, essas aeronaves poderão "marcar o início de uma nova era na exploração de Marte", disse Bob Balaram, o engenheiro-chefe do projeto, podendo chegar onde os 'rovers' não conseguem ir, como, por exemplo, por cima de desfiladeiros.

Também se calcula que este tipo de nave vá buscar, para depois trazer de volta a uma base, amostras depositadas por missões anteriores, como é o caso das amostras que a Perseverance vai começar a recolher na próxima fase da missão Mars 2020.

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