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Covid-19. Ministra pede a hospitais de Lisboa que abram já todas as camas possíveis

28 jan, 2021 - 08:41 • Lusa

Hospitais de Lisboa Central e Lisboa Norte "já se estão a preparar para abrir mais camas nas próximas horas e dias".

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A ministra da Saúde pediu aos hospitais de Lisboa que abram já todas as camas possíveis – isto, um dia depois de as administrações de sete hospitais terem pedido maior equilíbrio na distribuição de doentes entre unidades periféricas e centrais.

Segundo noticia o "Diário de Notícias" nesta quinta-feira, a reunião de Marta Temido com os hospitais de Lisboa, na quarta-feira, destinava-se a avaliar a capacidade instalada nos hospitais da região, mas acabou por ficar "um alerta da ministra para que todos se mobilizem da mesma forma e que disponibilizem já o máximo das suas capacidades para se combater a pior fase da pandemia".

Um pedido que, segundo o DN, foi entendido "como sendo mais um recado para os hospitais que ainda não atingiram a sua taxa de esforço", como os do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) – S. José, Capuchos, Santa Marta, Dona Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa – e do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) – Santa Maria e Pulido Valente.

O jornal escreve ainda que, a 22 de janeiro, estes hospitais registavam uma taxa de esforço de 25% e 32,1%, respetivamente, enquanto as outras unidades da periferia da capital já estavam com taxas acima dos 40%, 50%, 60% e 70%.

Numa carta divulgada na quarta-feira pelo jornal "I", as administrações de sete hospitais pediram maior equilíbrio na distribuição de doentes, exemplificando com as taxas de esforço: "os Centros Hospitalares de Setúbal e Barreiro/Montijo e os Hospitais Beatriz Ângelo, Garcia de Orta, José de Almeida, Prof. Doutor Fernando Fonseca e de Vila Franca de Xira apresentam taxas de esforço do seu internamento de doentes Covid-19 em enfermaria, no dia 22 de janeiro, situados entre os 45% e os 71%".

Os responsáveis por estas unidades compararam com os centros hospitalares universitários de Lisboa Central e Lisboa Norte, com ocupações de 25% e 32,1% na mesma data, frisando que se trata de "uma taxa claramente abaixo do valor médio dos hospitais da região (44,4%)".

A exceção, dizem, vai para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que apresenta uma taxa de esforço de 50,6%.

"Existem, naturalmente, diferenças locais, as quais têm implicado que essa pressão assuma valores diferentes entre os hospitais, mas é evidente que a cintura de Lisboa é a área mais flagelada pela pandemia e pela sua expressão em procura de cuidados hospitalares", consideram.

Segundo escreve o DN nesta quinta-feira, as taxas de esforço dos centros hospitalares mais pequenos, como do Oeste, que integra o Hospital de Peniche e Torres Vedras, já eram de 43%, enquanto a do Médio Tejo, que abrange as unidades de Abrantes, Torres Novas e Tomar, é de 38,7%, e a de Santarém 39,7%. Todas acima das outras duas grandes unidades, aliás, "as maiores do país e com muito maior capacidade de internamento e de cirurgia do que qualquer outra unidade periférica".

Na carta revelada na quarta-feira, as administrações hospitalares referem que o problema se verifica sobretudo no internamento em enfermaria, uma vez que nos cuidados intensivos "a situação é mais equilibrada".

Segundo o DN, tanto o CHULC como CHULN "já se estão a preparar para abrir mais camas nas próximas horas e dias". No caso do Lisboa Central, deverá ser aberta mais uma enfermaria no Curry Cabral e mais camas em UCI, enquanto o CHULN deve abrir uma enfermaria com mais de 20 camas, mais camas em UCI e mais espaço na urgência covid, onde estão a terminar as obras, escreve o jornal.

Os dados revelados na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde referem que dos 15.073 casos novos de Covid-19 detetados nas 24 horas anteriores, 7.605 foram na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Em Portugal, já morreram 11.305 pessoas, dos 668.951 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus.

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  • Cidadao
    28 jan, 2021 Lisboa 14:03
    Abrir camas é fácil. Há médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar para tomar conta dos doentes que padecem nessas camas? Duvido muito. Só de enfermeiros, há 20 000 no estrangeiro e podem crer que não os atraem para serviço cá, oferecendo um contrato precário de 4 meses e um vencimento a rondar o ordenado mínimo ...

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