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João Ferreira do Amaral
Opinião de João Ferreira do Amaral
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Vacinação e economia

28 jan, 2021 • Opinião de João Ferreira do Amaral


Um dos aspectos mais extraordinários (provavelmente até inédito) e por isso mais interessantes de analisar desta pandemia é o das ligações entre a vacinação e a economia.

Como sabemos, a doença, para além da mortalidade que directamente causa, é também profundamente desorganizadora da economia, devido a ser altamente contagiosa e implicar muitas vezes um longo período de isolamento individual. E a desorganização da economia, a ser profunda, tem, também ela, uma taxa elevada de letalidade – por vezes até maior. Por isso não faz sentido pôr a saúde antes da economia ou a economia antes da saúde. Sem saúde não há economia e sem economia não há saúde.

É certo que as possibilidades de teletrabalho, se aproveitadas, podem mitigar parcialmente os efeitos adversos, mas eles existirão sempre, principalmente nas sociedades em que os serviços como o comércio a retalho, o alojamento e a restauração, que exigem contacto presencial, pesam particularmente na economia.

Sabemos como controlar a pandemia através de confinamentos. Mas esses confinamentos têm um custo pesadíssimo em termos económicos e não são sustentáveis mais que durante um certo tempo. Por isso, como também sabemos, tem sido difícil em Portugal como em praticamente todos os países afectados encontrar um equilíbrio entre controlo da pandemia e economia.

A forma de controlar e até fazer desaparecer a pandemia sem prejudicar a economia é vacinar. Temos então uma corrida contra o tempo. Quanto mais cedo tivermos imunizado a nossa população e quanto mais cedo os turistas que nos visitem estiverem também eles vacinados, tanto mais cedo a economia recuperará.

Tenho esperanças que a pandemia possa ser controlada (ainda não pela vacinação, mas com ajuda desta) na primavera e que, assim a recuperação económica possa começar por essa altura. Depois, mais pelo final do ano, a vacinação terá já imunizado um número suficiente de pessoas para a economia poder acelerar, livre das medidas sanitárias restritivas.

Será demasiado optimismo? Talvez não, enquanto nos soubermos manter como comunidade coesa e solidária.

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