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Presidenciais 2021

The Economist. Vitória de Marcelo traduz "estabilidade" mas com "viragem à direita"

25 jan, 2021 - 20:57 • Lusa

Análise da Economist Inteligence Unit (EIU) refere que "o desejo de estabilidade do povo português definiu a recente eleição presidencial", mas assinalou que "o apoio significativo a André Ventura sinaliza uma viragem da política portuguesa para a direita".

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A Economist Intelligence Unit (EIU) considerou que o resultado das eleições para Presidente da República de domingo, que reelegeram Marcelo Rebelo de Sousa para o cargo, demonstram estabilidade, mas também uma viragem à direita.

A analista da EIU Carla Subirana refere que "o desejo de estabilidade do povo português definiu a recente eleição presidencial", mas assinalou que "o apoio significativo a André Ventura sinaliza uma viragem da política portuguesa para a direita".

Nos quatro pontos da análise da divisão de pesquisa e análise do Economist Group, que detém a revista homónima, a analista europeia da EIU considera que o BE foi "punido por ameaçar a estabilidade portuguesa".

"A pesada derrota eleitoral para Marisa Matias, a candidata do BE, que ficou atrás João Ferreira do PCP, é uma consequência da sua oposição ao Orçamento do Estado do Governo para 2021, em novembro", considera a analista, relevando que "a oposição do BE ameaçou a estabilidade política do país no meio de um surto de covid-19".

A analista da Economist Intelligence Unit considerou também que Marcelo Rebelo de Sousa "beneficiou da sua postura de apoio ao Governo", assinalando que "durante a sua presidência, apesar de pressões crescentes do PSD e do CDS-PP para ser mais crítico do Governo, Rebelo de Sousa apoiou o Governo, citando a estabilidade política como a sua principal prioridade".

Carla Subirana entende também que é "improvável" que o Presidente da República retire o seu apoio ao Governo durante o seu segundo mandato, "reduzindo a probabilidade de eleições antecipadas".

"Esperamos que esta tendência continue durante o segundo mandato, especialmente dada a maior importância da estabilidade governativa durante a crise sanitária e a atual presidência portuguesa da União Europeia durante seis meses".

A EIU entende também que o aumento da votação de André Ventura "sinaliza uma viragem da política portuguesa para a direita".

"O aumento significativo do apoio a Ventura nesta eleição - depois dos 1,3% que o seu partido [Chega] teve nas eleições legislativas de 2019 - sinaliza uma viragem na balança de forças da política portuguesa para a direita", refere a analista da EIU.

Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio do PSD e CDS, foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos, segundo os resultados provisórios apurados em todas as 3.092 freguesias e quando faltava apurar três consulados.

A socialista Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguindo-se André Ventura, do Chega, com 11,90%, João Ferreira (PCP e Verdes) com 4,32%, Marisa Matias (Bloco de Esquerda) com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22% e Vitorino Silva (Reagir, Incluir e Reciclar - RIR) com 2,94%.

A abstenção foi de 60,5%, a percentagem mais elevada de sempre em eleições para o Presidente da República.

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