17 jan, 2021 - 15:22 • Ana Lisboa
Se não houver nenhum "imprevisto", na próxima terça-feira, 19 de Janeiro, ao meio-dia, no Paço Episcopal, está marcada "a assinatura da minuta do contrato da empreitada da obra" que prevê a reabilitação da Sé Catedral de Portalegre.
Segue-se, então, "o auto de consignação da empreitada", isto é, "a entrega da obra à empresa" que venceu o concurso público e que deve acontecer uns dias depois.
A informação foi avançada à Renascença pelo Padre Bonifácio dos Santos Bernardo, representante da Diocese nesta candidatura e Presidente do Cabido da Sé de Portalegre.
Este responsável reconheceu "a urgência que as obras avancem", até porque está prevista a sua conclusão a 31 de Dezembro deste ano.
Previstas para começar no segundo semestre do ano passado, houve atrasos, alguns deles ficaram a dever-se às restrições impostas pela pandemia.
Recorde-se, que o projeto da autoria dos arquitetos Rui Barreiros e Ana Paula Pinheiro tem por objetivo "devolver à Catedral a sua dignidade, respeitando o seu passado histórico e as diferentes fases do seu desenvolvimento".
Para além "das coberturas, fachadas e claustro, serão objeto de intervenção os retábulos e todo o património móvel e integrado que encerra".
Refira-se que a Catedral de Portalegre é a única no país que "preserva quase intacto o programa original da sua fundação, dos séculos XI e XII". Além disso, "reúne e conserva o maior conjunto retabulístico maneirista existente em Portugal".
A Diocese de Portalegre, criada no século XVI, teve como primeiro Bispo D. Julião de Alva, capelão de D. Catarina, esposa de D. João III, o qual mandou erigir a nova Sé consagrada a Nossa Senhora da Assunção.
As obras iniciaram-se em 1556 com projeto de Afonso Álvares e a última pedra, o remate da abóboda, foi colocado em 1575.
Criado num estilo renascentista tardio, o templo sofreu alterações entre 1737 e 1798, já em estilo barroco, como se pode ver no trabalho da pedra dos pórticos na fachada e nas torres sineiras.
No interior, encontram-se painéis de azulejo seiscentistas e um conjunto de pinturas maneiristas, único no país.
À direita do Altar fica a Capela do Santíssimo e à esquerda a de São Pedro. Pode ainda visitar-se a sacristia revestida a azulejos do século XVII e o claustro concluído no século XVIII.
Do lado norte, encontra-se o antigo Paço Episcopal que foi residência dos Bispos até 1910 e comunicava interiormente com a Sé.