08 jan, 2021 - 00:45 • Eunice Lourenço
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garante que, apesar da pandemia, estão reunidas as condições para a campanha eleitoral e para o próprio dia da eleição presidencial, a 24 de janeiro.
Seja qual for o regime de combate à pandemia que estiver em vigor nessa altura.
“Será que o novo regime salvaguarda a campanha eleitoral? Sim! A atividade política está salvaguarda por lei e deve ser salvaguarda em qualquer caso pelo decreto presidencial e pela sua execução. Será que salvaguarda o desconfinamento para o voto? Obviamente que no dia de voto haverá liberdade de circulação, de deslocação permitindo o exercício de direito de voto”, garantiu o Presidente, logo no início do debate com Vitorino Silva, que decorreu esta quinta-feira, na RTP3.
Vitorino Silva tem defendido o adiamento das eleições e até entende que Marcelo será o candidato mais prejudicado por o ato eleitoral se realizar em tempos de pandemia por, diz, ter um eleitorado mais envelhecido.
“Os idosos votam em si”, afirmou Vitorino Silva, que acredita ter um eleitorado mais jovem e mais diversificado. “O meu voto é o voto do caviar e da sardinha”, acrescentou, reconhecendo que, há cinco anos, teve quase só “voto da sardinha”.
Além de garantir as condições, o Presidente fez uma pelo aos cidadãos para que colaborem na organização do ato eleitoral, que será mais complexo e precisa de ter mais pessoas envolvidas do que é habitual.
“Isto implica uma máquina eleitoral brutal. Os cidadãos têm de disponibilizar para estar presentes. Vai haver mais secções de voto por causa do distanciamento, são precisos mais elementos para as secções de voto, é uma máquina mais pesada”, pediu o Presidente, lembrando que também terá de ser garantida a recolha domiciliária de votos, que foi legislada devido à pandemia.
Quanto às medidas em vigor durante a campanha e no dia 24, Marcelo Rebelo de Sousa explicou as condições e os cenários que estão em cima da mesa. “O primeiro cenário é de regressarmos a quatro mil, cinco mil, seis mil casos por dia e aí significaria uma redução no numero de casos destes últimos dois dias, significaria regressar ao regime vigente até agora”, disse.
“Se continuar este ritmo mais elevado - nove mil, 10 mil e esperamos que não muito mais -, então aí vai ter de se ponderar um confinamento muito mais rigoroso, exceto porventura o encerramento de escolas”, acrescentou o Presidente que vai ouvir os partidos no dia 12, depois da sessão com epidemiologistas que vai decorrer no Infarmed, em Lisboa.
Já esta sexta-feira, o primeiro-ministro começa a ouvir os partidos com estes dois cenários em cima da mesa.