01 jan, 2021 - 10:20 • Aura Miguel
Na celebração, dedicada a Santa Maria, esta sexta-feira, o Papa considerou urgente “educar o coração para o cuidado, para cuidar das pessoas e das coisas”.
Na homilia que escreveu para o primeiro dia do ano, que coincide com o dia mundial da paz, Francisco sublinhou que de “pouco aproveita conhecer muitas pessoas e muitas coisas, se não cuidarmos delas” e pediu que “enquanto aguardamos um renascimento e novos tratamentos, não negligenciemos o cuidado.”
E concluiu: “Com efeito, além da vacina para o corpo, é necessária a vacina para o coração: é o cuidado. Será um bom ano se cuidarmos dos outros, como Nossa Senhora faz connosco.”
Impedido de participar devido a uma crise ciática,(...)
Entre as preocupações do Papa para este ano está a poluição, não só do ambiente, mas do coração: “O mundo está gravemente poluído pelo dizer mal e pensar mal dos outros, da sociedade, de nós mesmos. De facto, a maledicência corrompe, faz degenerar tudo, enquanto a bênção regenera, dá força para recomeçar. Peçamos à Mãe de Deus a graça de sermos jubilosos portadores da bênção de Deus para os outros, como Ela o é para nós.”
A exemplo de Maria, as mulheres são mais concretas e pacientes do que os homens: “Nós, homens, muitas vezes somos abstratos e queremos uma coisa imediatamente, ao passo que as mulheres são concretas e sabem tecer, com paciência, os fios da vida. Quantas mulheres, quantas mães fazem assim nascer e renascer a vida, dando futuro ao mundo!” escreveu Francisco.
No final, o Santo Padre deixa um desafio: “E nós? O que somos chamados a encontrar no início do ano? Seria bom encontrar tempo para alguém.”
E conclui: “O tempo é a riqueza que todos temos, mas somos ciumentos a seu respeito porque queremos usá-la só para nós. Devemos pedir a graça de encontrar tempo para Deus e para o próximo: para quem está só, para quem sofre, para quem precisa de escuta e atenção.”