29 dez, 2020 - 23:48 • Lusa
A União Europeia lamenta a condenação da ativista saudita dos direitos das mulheres Loujain al-Hathloul, presa preventivamente há mais de dois anos, esperando que seja libertada rapidamente.
Em comunicado, um porta-voz do Alto Representante da União Europeia para a Política Externa referiu, esta terça-feira, que "a União Europeia lamenta" a condenação da ativista, de 31 anos, "processada por ter defendido os direitos elementares das mulheres, que fazem parte das reformas que o reino da Arábia Saudita introduziu".
Loujain al-Hathloul foi condenada na segunda-feira a cinco anos e oito meses de prisão ao abrigo de uma lei antiterrorista.
Segundo a família, trata-se uma pena suspensa que a libertará dentro de alguns meses.
A ativista está presa preventivamente há mais de dois anos.
A mulher foi presa, junto com outros ativistas, pouco antes do levantamento da proibição de as mulheres sauditas poderem conduzir, uma reforma pela qual lutavam.
"A União Europeia entende que o acórdão (...) abre a possibilidade de uma libertação antecipada. A União Europeia espera que tal aconteça rapidamente", acrescenta o comunicado do porta-voz de Josep Borrell.
Na segunda-feira, França e Alemanha apelaram às autoridades sauditas para que libertem rapidamente a jovem ativista.
Loujain al-Hathloul foi considerada culpada e condenada a cinco anos e oito meses pelo tribunal antiterrorismo da Arábia Saudita sob as acusações de incitação a mudanças, seguir uma agenda estrangeira, usar a internet para prejudicar a ordem pública e cooperar com pessoas e entidades que cometeram crimes à luz das leis antiterroristas, de acordo com o portal de notícias estatal Sabq.
A ativista deverá ser libertada em março, tendo em conta o tempo de prisão que já cumpriu, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos "Prisoners of Conscience" (Prisioneiros de Consciência).
Loujain al-Hathloul foi detida em maio de 2018 e 34 meses da sua pena serão suspensos.
De acordo com a família de al-Hathloul, a ativista ficará impedida de deixar a Arábia Saudita durante cinco anos e terá de ficar três anos em liberdade condicional.