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Bastonário da Ordem dos Médicos apela aos portugueses que “não tenham medo de se vacinar”

27 dez, 2020 - 12:38 • Lusa

Miguel Guimarães foi vacinado esta manhã contra a Covid-19 no Hospital de São João, no Porto, onde é médico urologista.

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“O repto que deixo aos portugueses é que não tenham medo de se vacinar”, disse Miguel Guimarães, considerando que este é “um ato de cidadania”.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) é médico urologista do Centro Hospitalar e Universitário de São João, tendo sido convocado pela administração desta unidade hospitalar para a primeira fase de vacinação contra a Covid-19 pela sua atividade na área da transplantação renal.

Miguel Guimarães foi vacinado cerca das 11h45. Aos jornalistas relatou que “foi rapidíssimo, não dá dor nenhuma e a administração é extremamente simples”.

“Já fiz outras vacinas. Há vacinas mais dolorosas, não é o caso desta, esta é vacina muito simples, bem aplicada, sem qualquer tipo de problema”, descreveu.

O médico recordou que “a imunidade demora tempo a chegar” e que “vai ser preciso fazer segunda dose dia 17 de janeiro” e que “a partir daí, sim, a imunidade fica mais reforçada”.

“Há que utilizar todos os meios de proteção individual e coletiva”, frisou, acrescentando que “à medida que todos vão sendo vacinados, todos vão ficando mais protegidos e conseguir-se-á atingir a imunidade de grupo, o que significa na prática ganhar o combate a este vírus”.

O bastonário considerou que o momento de hoje, o arranque do plano nacional de vacinação contra a Covid-19 que ocorre em cinco centros hospitalares do país – São João e Santo António, no Porto, Hospital de Coimbra, bem como Lisboa Norte e Lisboa Central – e conta com o acompanhamento da ministra da Saúde, Marta Temido, é “um ato simbólico” que poderá “ajudar” os portugueses mais indecisos.

“Estou seguro de que vai ajudar. Hoje é um ato simbólico. É um sinal de grande esperança para todos nós e motivo para dizermos presente, ou seja, para nos apresentarmos e vacinarmos a pensar nas outras pessoas e nos doentes e nas pessoas mais frágeis, pensar em diminuir a mortalidade da doença e a contagiosidade da própria doença”, concluiu.

À semelhança de outros países da União Europeia, em Portugal a vacina é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo SNS.

Hoje, no Hospital de São João a “megaoperação” de vacinação mobiliza cerca de 100 profissionais, decorre ao longo de 10 horas em 25 pontos de vacinação a trabalhar em simultâneo.

Só neste hospital serão administradas 2.125 vacinas contra a Covid-19 a médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico e terapêutica de serviços referenciados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1.7 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 6.556 em Portugal.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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  • Ivo Pestana
    27 dez, 2020 Funchal 13:36
    Mas o problema não é só o medo, mas sim a escassez. Nunca irão haver vacinas para todos, muitos serão esquecidos e existe o açambarcamento, por parte dos países ricos.

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