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Assistentes operacionais da urgência de Évora indignados com falta de prémio

23 dez, 2020 - 18:54 • Lusa

Os 44 profissionais exigem ao conselho de administração esclarecimentos sobre os motivos pelos quais estes profissionais de saúde não receberam o prémio.

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Os assistentes operacionais do serviço de urgência geral do hospital de Évora manifestaram esta quarta-feira "indignação e sentimento de injustiça" por não terem sido contemplados com o prémio de compensação pelo combate à pandemia da Covid-19.

A posição foi assumida por 44 assistentes operacionais deste serviço do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), numa carta enviada ao conselho de administração da unidade hospitalar e que a agência Lusa teve acesso.

Uma das subscritoras da carta, que pediu para não ser identificada, disse à Lusa que apenas um dos 44 assistentes operacionais dos serviços de urgência geral do HESE "recebeu o prémio de compensação".

Esta auxiliar de ação médica referiu que os 44 assistentes operacionais da urgência geral "cumpriram turno na urgência Covid-19", pelo que todos "tinham direito a receber" o prémio pelo combate à pandemia da Covid-19.

Segundo a subscritora da carta, os assistentes operacionais da urgência pediátrica do hospital de Évora e os das urgências gerais de outros hospitais do Alentejo também receberam a retribuição.

Na carta, enviada também para a enfermeira diretora do hospital de Évora e para a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, os subscritores exigem ao conselho de administração esclarecimentos sobre os motivos pelos quais estes profissionais de saúde não receberam o prémio.

Também esta quarta-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou o HESE de discriminar os profissionais da classe que trabalham no serviço de urgência geral na atribuição do prémio de compensação pelo combate à pandemia da Covid-19.

Contactada pela Lusa, a presidente do conselho de administração do hospital de Évora, Maria Filomena Mendes, garantiu que "não há qualquer discriminação" na decisão sobre os prémios a atribuir aos profissionais da unidade hospitalar.

"Ouvidos os diretores dos serviços e os enfermeiros-chefes", que são "os responsáveis pelas diferentes equipas", o conselho de administração do HESE decidiu "atribuir a quem comprovadamente obedeceu aos critérios do decreto-lei que regulamenta a atribuição do prémio", explicou.

Maria Filomena Mendes adiantou que receberam o prémio "206 profissionais" de saúde do HESE, de todas as categorias, por terem trabalhado "durante, pelo menos, 30 dias, de forma continuada, numa área dedicada a doentes com Covid-19" da unidade hospitalar.

"Se individualmente qualquer profissional do hospital entenda que comprovadamente preencheu os requisitos e faça prova disso junto do conselho de administração", o HESE "irá reavaliar a situação, ouvidos os diretores de serviços e os enfermeiros-chefes", disse.

Segundo o decreto-lei, têm direito à compensação os profissionais de saúde envolvidos no combate da pandemia de Covid-19, no período em que se verificou a situação de calamidade pública que fundamentou a declaração do estado de emergência.

Estes profissionais de saúde recebem um prémio de desempenho, pago uma única vez, correspondente ao valor equivalente a 50% da sua remuneração base mensal.

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  • Cidadao
    23 dez, 2020 Lisboa 19:15
    Esqueceram-se de dar graxa aos chefes e o resultado foi este. Ainda há quem pense que isto funciona pelo "mérito". Não pessoal, funciona pela "graxa".

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