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Covid-19

Coordenador da "task force" acusa Associação de Farmácias de ter sido “obstáculo” na vacina da gripe

16 dez, 2020 - 14:44 • Lusa

Francisco Ramos “gostaria muito de considerar as farmácias” já para a vacinação contra a Covid-19, mas sustenta que os interlocutores para esse processo são “um problema” a resolver.

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A exclusão das farmácias da primeira fase de vacinação contra a covid-19 foi, esta quarta-feira, justificada pelo coordenador da "task force" com o “erro” na vacina da gripe, acusando a Associação Nacional de Farmácias (ANF) de ter sido “obstáculo” ao sucesso.

Numa intervenção proferida por videoconferência na audição conjunta da Comissão de Saúde e da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia, na Assembleia da República, Francisco Ramos reiterou que “gostaria muito de considerar as farmácias” já para a vacinação, mas sustentou que os interlocutores para esse processo são “um problema” a resolver.

“A forma como foi gerido esse processo não correu bem e quero reafirmar que as farmácias foram vítimas também de uma deficiente organização. A minha avaliação é que a responsabilidade desse insucesso é da maior associação representativa das farmácias [Associação Nacional de Farmácias]. A sua participação no processo foi mais um obstáculo ao sucesso do que uma ajuda, ajudando a criar falsas expectativas à população”, afirmou.

Francisco Ramos foi mais longe e lembrou que “com dois milhões de doses não se vacina a população inteira” contra a gripe sazonal, considerando que a associação representativa das farmácias criou uma “falsa noção” da acessibilidade à vacina. Nesse sentido, justificou que os centros de saúde serão os responsáveis pela vacinação contra a covid-19 na primeira fase por poderem “garantir que o processo decorre da melhor forma possível”.

Para a primeira fase do plano de vacinação, prevista entre janeiro e março de 2021, os pontos de vacinação foram definidos tendo em consideração os grupos prioritários no acesso à vacina: as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

Por isso, a vacina será administrada nos cerca de 1.200 pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados e no âmbito da medicina do trabalho para os profissionais dos serviços essenciais.

Portugal contabiliza pelo menos 5.733 mortos associados à covid-19 em 353.576 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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  • José J C Cruz Pinto
    16 dez, 2020 Ílhavo 17:25
    Francisco Ramos “gostaria muito de considerar as farmácias” já para a vacinação contra a Covid-19, mas sustenta que os interlocutores para esse processo são “um problema” a resolver (sic), [pela pressa em vender vacinas não prioritárias, ao que parece, no caso da da gripe]. E quem é que tutela a Associação de Farmácias? É o Governo? A bagunça da vacinação contra a gripe - bem pior que os atrasos e falhas do ano passado - é então culpa (integral) do Governo?

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