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Líder do CDS/Lisboa diz que autárquicas estão a ser conduzidas com "irresponsabilidade"

13 dez, 2020 - 10:42 • Lusa

O também vereador da Câmara Municipal de Lisboa defende que o partido está "nas mãos do calendário político do dr. Rui Rio e do PSD em relação às autárquicas".

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O deputado e líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, criticou a forma como estão a ser preparadas as eleições autárquicas do próximo ano, classificando-a como "uma enorme irresponsabilidade política".

O Conselho Nacional está reunido desde cerca das 11h00 de sábado, em videoconferência, e os conselheiros encontram-se a analisar os resultados eleitorais das eleições nos Açores - onde o CDS passou a integrar o Governo - e a debater a situação política, económica e social do país.

Antes, os conselheiros debruçaram-se sobre as eleições presidenciais e aprovaram a proposta da direção de apoiar a recandidatura do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Intervindo nessa reunião, o também vereador da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que é de "uma enorme irresponsabilidade política a forma como o processo autárquico está a ser conduzido", criticando que o partido esteja "nas mãos do calendário político do dr. Rui Rio e do PSD em relação às autárquicas".

"Nós devíamos estar a fazer o nosso percurso, a fazer a nossa afirmação, a desenvolver o nosso trabalho", defendeu João Gonçalves Pereira, realçando que "o CDS tem o seu espaço de agenda", pelo que "devia definir aquilo que são as suas prioridades, fazer o seu caminho e, se for possível fazer o entendimento, tanto melhor".

O líder da distrital de Lisboa salientou também que o "parceiro natural" do CDS para coligações "efetivamente é o PSD".

Na sua intervenção, Gonçalves Pereira criticou também que seja imposta "uma espécie de lei da rolha", advogando que "faz parte, é normal" os dirigentes expressarem a sua opinião na plataforma que entenderem.

No que toca à atuação da direção, o líder da distrital de Lisboa reiterou o que já tinha dito na comunicação social, que as "coisas não estão a correr, e que a liderança está a falhar", identificando um "problema na mensagem do CDS".

"Vivemos um momento de sobrevivência" do partido, alertou ainda, ressalvando que "mais importante do que uma sondagem é a sondagem da rua".

Também o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes concordou "que as coisas não estão a correr bem", mas frisou que "esta direção tem de ir até ao fim".

Na sua intervenção nesta reunião do órgão máximo do partido entre congressos, o vice-presidente Filipe Lobo d'Ávila aproveitou para garantir que a sua "solidariedade é total" e que o seu compromisso "é com o partido", comentando a recente notícia do Expresso que indicava que a sua ala estaria descontente com a liderança e poderia romper com o líder.

"O meu compromisso é com o CDS, e estou contigo na Comissão Política Nacional e na Comissão Executiva", afirmou o 'vice', dirigindo-se a Francisco Rodrigues dos Santos.

Filipe Lobo d'Ávila, do grupo Juntos pelo Futuro, disse ainda saber "as circunstâncias" em que o presidente do partido começou "a exercer o mandato, numa situação muito difícil" no país e no partido, que tinha "uma situação financeira desastrosa" e "uma mensagem política sem identidade", o que considerou ser um problema "de há vários anos".

Quanto às críticas que têm sido dirigidas à atuação da direção, o vice-presidente respondeu que "a grande riqueza de um partido" é existirem "pessoas que pensam de maneira muito diferente".

Também a porta-voz, Cecília Anacoreta Correia, saiu em defesa da direção, que considerou estar "coesa", e criticou "alguns importantes militantes" que recorrem à comunicação social para "deitar abaixo" o partido.

Usando as palavras de Cecília Meireles, defendeu que "é preciso de facto exigir respeito" e que esta "tem de ser a palavra-chave neste momento crítico", recusando que o CDS se perca em "politiquices".

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