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Presidenciais

Ana Gomes diz que partido Chega não deveria ter sido legalizado

12 dez, 2020 - 20:32 • Lusa

Segundo a socialista, é obrigação do chefe de Estado "não normalizar" uma força política que "claramente põe em causa a Constituição".

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A candidata presidencial Ana Gomes considerou este sábado que o partido Chega não deveria ter sido legalizado, acrescentando ser obrigação do chefe de Estado "não normalizar" uma força política que "claramente põe em causa a Constituição".

"Era obrigação do Presidente da República dizer ao Tribunal Constitucional e à Procuradoria Geral da República que deveriam atuar para não permitir a legalização de uma força que claramente põe em causa a Constituição", considerou Ana Gomes, falando aos jornalistas em Ponta Delgada.

A antiga eurodeputada do PS falava antes de um encontro com apoiantes açorianos da sua candidatura a Belém.

Sobre os Açores, e a solução de governo encontrada recentemente, com apoio parlamentar do Chega, Ana Gomes distingue os três partidos que formam o executivo, numa "solução de alternância democrática", da existência de um acordo de incidência parlamentar com os dois deputados eleitos pelo partido de André Ventura.

"O que me preocupa é que essa solução de governo para os Açores venha a ser replicada para a República e normalize uma força política que tem o objetivo de destruir a Constituição", insistiu.

Ana Gomes considera o atual Presidente da República e candidato a reeleição, Marcelo Rebelo de Sousa, o "artífice" do entendimento de viabilização do executivo, e advoga que o Representante da República para a região, "zeloso cumpridor de instruções" e "distinto servidor da causa pública", não teve a "originalidade ou ousadia" para tal.

Já no que refere à polémica em torno do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a candidata sustentou haver um "problema sistémico" em várias forças de segurança no país, pedindo investimento em equipamentos e também formação, defendendo ainda que estas "não sejam permeáveis à infiltração" da extrema-direita.

"À partida não me parece que a solução seja extinguir o SEF ou transferir competências para outras polícias", advogou, reiterando apelos ao investimento humano e técnico.

Ana Gomes lamentou ainda novamente o "hediondo crime" cometido sobre Ihor Homenyuk em março.

Tal, sustentou, "a todos magoa e claramente macula a imagem de um Portugal democrático" e "respeitador dos direitos humanos".

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  • Joao
    13 dez, 2020 BEja 11:16
    Discordo, deixem-nos dizer todas as barbaridades a que nos acostumaram. Deixem-nos mostrar a verdadeira face trauliteira deste partido. Deixem-nos demonstrar que entre eles e os loucos da sharia a diferença afinal e' pouca. O Ventura encarrega-se de aplicar a lei da rolha ao seu partido unipessoal. O Estado evita sujar as mãos. Que se exponham ao Povo. Que passem vergonhas.
  • EU
    12 dez, 2020 PORTUGAL 22:19
    Porque será que a vida nos presta destas PARTIDAS. Desde os inícios dos anos 90 que tenho acompanhado o comportamento/atitude da Senhora Dra. Ana Gomes. Gosto de a ouvir e também, por vezes, a sua coragem. Mas, Senhora Doutora, esta NÃO. Retire um pouquinho a esse DISCURSO. Ainda hoje de manhã noutra notícia RR disse que já fui VACINADO contra o CHEGA, por isso, estou aqui. Então, é a Presidência da República,que vai OU não, intervir na legalização de um partido político? Essa não. Se assim fosse, estávamos no mesmo modo DO antes 25 de Abril. Se assim fosse, seria uma intervenção DITATORIAL. Com esta Sua VISÃO deixa-me como o trapezista no arame. Apele, isso sim, ao Eleitor que CHUMBE o Chega. Quando esta notícia foi publicada, estava a jantar e bem. Agora estou tão mal disposto, Senhora Doutora. Este meu ponto de vista, serve também para os OUTROS Candidatos. Em DEMOCRACIA quem elege ou chumba é o ELEITOR, não é a vontade de CONVENIÊNCIA de cada UM. Por isso é que a democracia é BONITA/LINDA.

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