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Diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sai do cargo

09 dez, 2020 - 12:57 • Celso Paiva Sol com redação

Cristina Gatões deixa o lugar após os desenvolvimento do caso da morte do ucraniano por funcionários da instituição no Aeroporto de Lisboa. Governo anuncia reestruturação do SEF.

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A diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Cristina Gatões demitiu-se do cargo.

"A Diretora Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Cristina Isabel Gatões Batista, cessa funções a seu pedido e com efeitos imediatos", lê-se no comunicado enviado pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

Nesta nota, o MAI lembra que o programa do Governo prevê "uma separação orgânica muito clara entre as funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes" e que, neste âmbito, o SEF será reestruturado.

O comunicado adianta que esta reestruturação "deverá estar concretizada durante o primeiro semestre de 2021" e será coordenada "pelos diretores Nacionais Adjuntos José Luís do Rosário Barão – que assume a função de diretor em regime de suplência – e Fernando Parreiral da Silva".

A saída acontece depois dos desenvolvimentos do caso Ihor Homenyuk, um cidadão ucraniano que morreu à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

A 10 de março, o operário tentou entrar sem visto de trabalho e acabou detido no Centro de Instalação Temporária, do aeroporto de Lisboa.

Dois dias depois, estava morto. O Ministério Público acusa três funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de homicídio qualificado.

Houve “uma situação de tortura evidente”, admite a diretora do SEF, que demitiu o diretor e o subdiretor de Fronteiras do aeroporto.

A IGAI instaurou oito processos disciplinares a elementos do SEF e implicou 12 inspetores na morte de Ihor Homenyuk.

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  • Maria Oliveira
    09 dez, 2020 Lisboa 20:45
    Demissões sim! E também do ministro, que não tem vergonha. Como é possível acontecer um homicídio praticado por funcionários do Estado, no exercício das respectivas funções, e só agora, passados 9 meses, é que sai a responsável por esses funcionários? Este ministro deveria perceber que não tem condições para continuar depois de ter estado nove meses de braços cruzados. Claro que o Serviço em questão deve ser objecto de profunda reforma (feita por quem saiba) mas esta gente, incluído o ministro, deve sair. Infelizmente, são uns irresponsáveis. Mas vão sendo ajudados por este povo de memória curta. Já não se fala dos incêndios de 2017, nem dos que perderam a vida, nem se apuraram responsabilidades, designadamente pelo mau funcionamento do SIRESP!
  • Maria Preciosa
    09 dez, 2020 Englande CRUEL 16:51
    CRUEL causadores como se viu deviam ser causados pena de morte estes nao tiveram sangue ha que ser caso bem condenado
  • António José
    09 dez, 2020 Leiria 15:40
    Fez bem mas as bestas que fizeram o mal ficam ou vão também embora? Não sou apologista de demissões mas sou a favor de quem erra que emende o que errou, o quem abusa da autoridade que lhe é conferida seja julgado e condenado, ou seja as bestas que “mataram” o homem é que deviam ser julgadas e condenadas, demissões nunca desde há mais de 40 anos resolveram coisa alguma apenas muda o ocupante da cadeira o resto fica igual ou pior.

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