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​Papa convoca ano especial dedicado a São José

08 dez, 2020 - 13:45 • Aura Miguel

Francisco diz que a pandemia veio lembrar que quem habitualmente passa mais despercebido, tal como São José, é essencial para nos ajudar a sair da crise.

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O Papa convocou o próximo ano - a partir desta terça-feira e até 8 de dezembro de 2021 - como sendo ano especial dedicado a São José. Francisco explica que a decisão foi motivada pela situação de emergência causada pela pandemia.

“Patris corde” (Com coração de Pai) é o título da Carta Apostólica do Papa Francisco, publicada por ocasião dos 150 anos da declaração de São José como Padroeiro da Igreja Universal, que se assinala esta terça-feira.

“Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo”, escreve o Papa Francisco. À semelhança dos anteriores pontífices, também o Papa argentino faz uma reflexão sobre o seu “santo preferido” para, diz ele, “deixar 'a boca falar da abundância do coração' (Mt 12, 34), para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós”.

Francisco revela que o desejo de escrever esta Carta Apostólica “foi crescendo ao longo destes meses de pandemia em que pudemos experimentar, no meio da crise que nos afeta, que as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho”.

O Papa recorda “quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração” e como “todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade”.

Francisco escreve ainda que "São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão”, reforça.

Esta Carta Apostólica inclui sete pontos de reflexão sobre a actualidade do exemplo de São José, valoriza a sua “coragem criativa, que o leva a transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência” e termina com um testemunho do próprio Francisco, sobre a confiança que deposita diariamente na intercessão deste santo.

O documento, publicado em várias línguas (aqui disponível em português), vem acompanhado de um Decreto da Penitenciaria Apostólica, a anunciar o “Ano de São José” com a respetiva concessão de “Indulgências especiais” e onde se propõe aos fiéis invocarem a ajuda deste santo, “chefe da Família de Nazaré, conforto e alívio das graves tribulações humanas e sociais que hoje atingem o mundo contemporâneo”.

O Decreto recorda ainda que “no atual contexto de emergência sanitária, o dom da indulgência plenária é extensivo aos idosos, aos doentes, aos agonizantes e a todos aqueles que, por legítimos motivos, estejam impossibilitados de sair de casa”, desde que se cumpram as condições estabelecidas no referido documento.

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