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Alunos do 4.º ano estão piores a Matemática, mas houve melhorias em 25 anos

08 dez, 2020 - 10:27 • Lusa

Numa comparação por géneros, os rapazes obtiveram melhores resultados a Matemática tanto no 4.º como no 8.º ano de escolaridade.

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O desempenho dos estudantes portugueses a Matemática e Ciências melhorou significativamente desde 1995, mas os resultados dos alunos do 4.º pioraram nos últimos quatro anos, segundo o estudo internacional TIMMS.

Quase 7.700 alunos portugueses voltaram a participar, no ano passado, no maior estudo internacional que avalia o desempenho dos estudantes do 4.º e 8.º anos de escolaridade a Matemática e Ciências: o TIMMS - Trends in International Mathematics and Science Study.

Os alunos portugueses colocaram Portugal no grupo dos países com um resultado acima do ponto central da escala TIMMS (500 pontos), mas entre os estudantes mais novos os resultados baixaram nos últimos quatro anos.

Em Portugal, 4.300 alunos do 4.º ano fizeram as provas de Matemática e de Ciências e a pontuação média baixou nas duas disciplinas quando comparada com os resultados em 2015.

Mas apenas no caso da Matemática a descida é “estatisticamente significativa”, explicou Luís Pereira dos Santos, presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).

Através de uma bateria de testes, os estudantes são avaliados numa escala de 1 a 1000 pontos. Os alunos do 4.º ano obtiveram 525 pontos a Matemática, ou seja, menos 16 pontos do que em 2015, segundo o estudo hoje divulgado.

Numa comparação entre os 58 países participantes, os portugueses ficaram em 20.º lugar a Matemática. O país mais bem classificado, Singapura, obteve 625 pontos.

Já a Ciências, os alunos portugueses baixaram os resultados em apenas quatro pontos (de 508 para 504) e o país ficou em 33.º lugar. Singapura, que volta a ser o mais bem classificado, obteve 595 pontos.

Desde a primeira vez que Portugal participou nesta avaliação (em 1995) até agora, verifica-se uma melhoria gradual no desempenho dos alunos ao longo dos anos.

“As boas notícias é que se verifica uma tendência de evolução positiva gradual e sustentada em todos os indicadores e que Portugal está acima da média no TIMMS”, sublinhou o secretário de Estado da Educação, João Costa, admitindo que esta melhoria nos resultados “passou vários governos”.

Através de uma bateria de testes, os alunos são avaliados numa escala de 1 a 1000 pontos. Singapura voltou a ser o país com melhores resultados mundiais às duas disciplinas tanto no 4.º como no 8.º ano, rondando os 600 pontos.

Em Portugal, os resultados mais baixos foram nas provas realizadas pelos alunos do 8.º ano a Matemática, que obtiveram 500 pontos.

Foi a segunda vez que os alunos do 8.º ano participam no TIMMS, registando-se uma melhoria tanto a Matemática como a Ciências.

Em 1995, ficaram abaixo dos 500 pontos às duas disciplinas e agora subiram para 500 pontos a Matemática e 519 pontos a Ciências.

Assim, na lista dos 39 países cujos alunos do 8.º ano participaram, Portugal surge em 18.º lugar a Matemática e 13.º a Ciências.

Rapazes com melhores resultados

Numa comparação por géneros, os rapazes obtiveram melhores resultados a Matemática tanto no 4.º como no 8.º ano de escolaridade.

“As diferenças de género têm vindo a acentuar-se em Portugal, ciclo após ciclo, a favor dos rapazes”, sublinha o estudo, que indica que esta é uma tendência que se registou na maioria dos países participantes.

Outro dos pontos analisados foi a diferença dos resultados entre os alunos que frequentam escolas públicas e os de privadas. Tanto a Matemática como a Ciências, os estudantes dos colégios obtiveram melhores resultados.

O TIMMS realizou ainda questionários a professores e encarregados de educação que demonstraram o impacto dos recursos educativos disponíveis em casa no sucesso académico.

Ter livros em casa, ter um quarto próprio ou ligação à Internet foram algumas das perguntas feitas aos pais que voltaram a mostrar como o meio socioeconómico afeta os resultados.

O impacto positivo de frequentar a educação pré-escolar foi também corroborado por este estudo, que analisou ainda a composição socioeconómica da escola.

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